A esperança dos brasileiros de que um ministro pudesse encerrar de uma vez a discussão acerca do "mensalão"e manter o julgamento já concluído caiu por terra na tarde de ontem.
Celso de Mello confirmou o que era previsto: votou pela aceitação dos "Embargos Infringentes", o recurso que pode modificar a decisão referente a Ação penal 470.
Com isso, arrasta-se por mais algum tempo toda a história de mensalão e mensaleiros e que pode ter um final mais feliz para os condenados. A votação teve seis votos a cinco.
Pouco antes de o STF definir por esta situação, o prefeito de Brusque, Paulo Eccel, candidato a presidência estadual do PT, durante visita ao Jornal Diário de Notícias, ao ser questionado sobre o assunto, admitiu que mensalões existem desde a época do presidente Fernando Henrique Cardoso e que "agrados" são feitos também a vereadores, quando prefeitos precisam aprovar projetos ou solidificar a base aliada.
Eccel expressou uma realidade que ninguém quer ou pode admitir, sob pena de ser condenado. Mas essa realidade existe e exige mudanças de comportamento. A iniciar pelo eleitor e terminar com a condenação de quem pratica. Sem direito a embargos infringentes.
