Amin começa a articular presidência do Senado - Karina Manarin

Amin começa a articular presidência do Senado

 

 Mais votado para o senado nas eleições deste ano, Esperidião Amin furou a onda da “renovação”, mesmo tendo anos de atuação política, exercendo  funções de prefeito, senador, deputado federal e governador.

Nesta semana, ele cumpriu roteiro na região em agradecimento aos votos, e na entrevista que concedeu à coluna do jornal DN e ao site, abriu sua intenção, já declarada aos colegas da nova bancada do PP no senado e ao presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, de candidatar-se à presidência do senado.

A reunião da bancada dos senadores eleitos, que aconteceu na quarta-feira,  organizou os próximos passos e planejou funções.

Na entrevista, Amin fala também das expectativas do novo governo e enfatiza: ” eu confio na honestidade dele (Bolsonaro), conheço há mais de 20 anos e sei que não vai tolerar desonestidade e corrupção no governo. Doa a quem doer” . Mais que isso, o senador eleito avalia que as primeiras atitudes do presidente eleito devem envolver a Reforma da Previdência associada a possivel Reforma Tributária.

E defende que sejam incluidos na Reforma da Previdência o Serviço Público Civil e Militar.

 Sua expectativa pós eleição de Jair Bolsonaro para a presidência e com as primeiras atitudes dele?

Primeiro: sempre disse que a eleição faria o país voltar a crescer. Por isso defendo  a eleição. Por isso eu defendia que a substituição da Dilma já fosse feita por eleição direta, para termos um governo forte. E o fato é que temos um governo forte. A força do Bolsonaro foi a sua mensagem. Não foi dinheiro, não foi tempo de rádio e televisão. Ele é uma figura nova, um método novo. E eu sempre disse a ele: você não pode é lotear o governo e ele não está loteando o governo. Ele sempre disse: Amin não te preocupa com isso. Ele está trabalhando de uma maneira diferente. A verdade não é que ele está desconsiderando os partidos, mas ele não vai ficar na mão dos partidos. Porque os partidos são dominados por lideranças que nós conhecemos. O meu próprio. Acho que está preenchendo bem essa primeira fase do seu mandato, porque na verdade ele já está exercendo um mandato… mandato de presidente eleito. Segundo: eu confio na honestidade dele, conheço há mais de 20 anos e sei que não vai tolerar desonestidade e corrupção no governo. Doa a quem doer. E isso já animou a economia. Ele vai ter que aprovar uma atualização da questão previdenciária….

 

A Reforma da Previdência deve ser uma das primeiras atitudes dele?

A Reforma da Previdência associada a possível Reforma Tributária. E na Reforma da Previdência, ele vai ter que ser coerente. Ele não pode aprovar um remendão. Qual é o problema da Reforma da Previdência que o Governo Temer conseguiu produzir? Foi  a fragilidade política do governo. Depois daquele episódio do Joeslei Batista, o governo ficou encurralado e aí conseguiu aprovar uma Emenda Constitucional que não mexeu no serviço público nem civil nem militar, e foi pra cima do homem do campo e do trabalhador de fábrica, o que é uma injustiça. Onde é que mora o prejuízo da previdência? É no serviço público. E ele vai ter que ter a coerência, a honestidade de incluir o serviço público civil e serviço público militar sob pena de não ter autoridade para discutir com o trabalhador da iniciativa privada e não obter um financiamento para o trabalhador rural.

 

O pós eleitoral gerou a “resistência”. Existe muito ainda no Brasil a divisão ideológica. Como se lida com isso?

Faz parte da democracia. Mas essa história de resistência, de golpe, acabou com a eleição. Foi eleito um governo. Foi eleito inequivocamente. Foi uma vontade da população. Eu posso não concordar com a eleição do Governandor de Santa Catarina….

 

O sr não concorda?

Eu não votei nele, mas eu respeito. Foi uma decisão indiscutível. O povo preferiu e democracia é isso. Você discute, discute, discute, conta os votos e respeita. Porque se eu não respeitar o resultado então… eu to falando isso porque eu não votei no governador mas o que eu puder fazer para ajudar o governo, farei. Sem pedir nada em troca. O Bolsonaro é diferente. Eu votei, no primeiro e no segundo turno. Então não posso concordar que considerem o governador eleito ilegitimo, ou o presidente legitimo. Não, mas nesse eu não votei. Calma lá… e vale aí a frase do Obama: Você disputa a eleição, ganha ou perde, mas você é do mesmo time. Você não quer que seu time ganhe? Seu time é o Brasil, seu time é Santa Catarina, o município. Ganhou ou perdeu, respeita, lambe as feridas e vamos adiante.

 

Seu nome para a presidência do Senado…

Vou entrar num detalhe então que só hoje eu pude comentar. Ontem no caso quarta-feira, tivemos a primeira reunião dos nossos senadores eleitos pelo PP. Somos seis. Duas mulheres e quatro homens. Democraticamente começamos a discutir nosso futuro como bancada. Nós vamos fazer um bloco com o PTB e o PRB, elevando o número dos nossos integrantes do bloco para dez. Seis, três e um. O líder do bloco será o senador Luiz Carlos Heinzen, meu amigo do coração, do Rio Grande do Sul. o líder da bancada do nosso partido será a senadora Daniela Ribeiro, mulher inteligentíssima, da Paraíba. Temos a Maiusa, que era suplente do atual governador eleito do Acre, que vai provavelmente para o lugar que ele tem na mesa hoje. E o senador Vanderlan que é o senador eleito por Goiás, vai para a comissão que tocar ao nosso partido. Eu então informei a eles, ao presidente Ciro Nogueira: olha não tenho nenhuma reivindicação neste campo. Eu queria ajuda de vocês para fazer uma avaliação da nossa possibilidade partidária e da minha possibilidade pessoal de ser candidato à presidência do senado. Então eu falei isso pela primeira vez,  claramente para os cinco senadores da minha bancada.

 

O sr ja conversou sobre isso com o presidente eleito Jair Bolsonaro?

Não. Nem vou conversar. Ele não vota. Eu não quero ser o presidente do senado do Bolsonaro. Fui eleitor dele para a presidência da República, sem que ele tivesse que me pedir e eu não quero ser presidente do senado do governo. Mas sei que temos que ajudar o governo para ajudar o país. E sei que temos que ajudar o senado a ter juízo e não envergonhar o país. Acho que posso oferecer o equilíbrio. O que o parlamento vai ter que oferecer para a democracia é equilíbrio. Acho que tenho experência, tenho ficha adequada, limpa, tenho experiência administrativa, tenho experiência política, nunca ambicionei nenhum posto a não ser ter disputado a presidência da Câmara depois da cassação do Eduardo Cunha, pelo momento que eu achava que a Casa estava vivendo, que precisava de uma travessia. Mas isso já passou e acho que agora nesse novo momento do Brasil  temos que associar experiência. O senado é a Casa da serenidade. Acho que posso oferecer um bom trabalho para o Brasil e para o Senado.

 

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