Comando do PSD: o novo "round" entre Gelson Merisio e Júlio Garcia - Karina Manarin

Comando do PSD: o novo “round” entre Gelson Merisio e Júlio Garcia

Deputado estadual mais votado do PSD, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Júlio Garcia fez romaria ontem na imprensa local e não economizou críticas ao candidato de seu partido ao governo, Gelson Merísio.

Reclamou que a candidatura foi imposta e que havia nomes melhores como Esperidião Amin, Napoleão Bernardes ou João Paulo Kleinubing.

À coluna do Jornal DN e ao site, Garcia avaliou essa como “a pior eleição do PSD”, que fez cinco deputados e que é preciso “reconstruir o partido com comando partidário democrático”.

Deixou implícito que a eleição é somente o primeiro “round” da luta com Merísio. O comando do partido deve ser o próximo capítulo. 

Confira a entrevista na íntegra:

 

O fato de o sr ter se desvinculado da campanha de Gelson Merísio, que é o candidato ao Governo de seu partido, é a comprovação que a divergência entre o sr e o Merísio não está resolvida?

A divergência que tenho em relação a ele não é pessoal. É uma divergência de forma de fazer politica. Eu tenho um jeito e eu tenho outro. Eu não concordo com o jeito que ele faz. Eu não concordo com a escolha do candidato. Eu entendi desde o início que ele não era o candidato ideal para essa eleição…

 Quem seria o candidato?

Eu acho que havia outros nomes. O Esperidião era mais candidato que ele, o Napoleão era mais candidato que ele, o João Paulo Kleinubing era mais candidato. Então havia outros nomes que poderiam ter feito um papel melhor nessa eleição e eu não tenho preocupação em apoiar um candidato que vai perder a eleição. Não é essa a preocupação. A minha preocupação é apoiar um candidato no qual você não acredita e não concorda com a forma como ele faz política.

 

O que o sr quer dizer quando o sr fala em forma de fazer política?

A forma de fazer política é que eu acho que o poder político ele tem que ser conquistado e não imposto. E a verdade é que nosso candidato foi imposto. Foi uma candidatura que surgiu do desejo dele de ser governador, e ele foi atropelando tudo o que apareceu na frente. Uma candidatura forçada, imposta. O resultado disso a gente não sabe.

 

Se o sr não esteve com Merísio no primeiro turno, não vai estar no segundo. Seu voto é então do Comandante Moisés?

Eu decidi desde o início por uma campanha desvinculada. Minha campanha não teve recursos públicos eu não gravei o programa de TV e não tive a presença do candidato a governador no meu material de campanha. Essa foi uma decisão pessal que tomei. Acho que o voto eu preguei isso durante toda a campanha, é o estabelecimento de uma relação de confiança entre o candidato e o eleitor e eu na condição de eleitor não tenho a confiança necessária, suficiente para votar no candidato.

 Então seu voto é do Moisés…

Existem várias formas de votar…

 Qual seria uma outra fórmula?

Posso votar em branco, nulo… não é algo que me agrada.

 

Seguindo seu próprio raciocício então o comandante Moisés também não é o candidato que o sr considera?

Não, eu acho que o Comandante Moisés é um candidato honesto, equilibrado e acho que ele representa o novo. Ele representa a mudança nessa eleição. Não tenho nenhuma restrição em relação a isso. Vou optar pelo voto secreto.

 Quando se fala em Júlio Garcia eleito deputado estadual, sue nome surge como possível para a Presidência da Assembleia. O sr trabalha nisso?

Não trabalho. Acho que a candidatura a presidente é algo que tem que surgir naturalmente. Não é algo que você lança para ir atrás dos votos.Tem que ser algo mais natural. Se tiver uma candidatura natural que seja confiável não tenho dificuldade de apoiar. Nesse momento não sou candidato.

 Mas então ainda pode ser…

Não é meu projeto.

 O sr teria apoio de seu partido se resolvesse colocar seu nome para a presidência?

Nós elegemos cinco deputados. Foi nossa pior eleição desde quando fundamos o partido e esse grupo político permaneceu até hoje, foi nossa pior eleição. Temos cinco deputados e os quatro que compõem a bancada comigo são meus amigos. Apoio do partido não sei, mas eles são meus amigos.

 Como faz para reconstruir um partido como o seu, que teve desempenho ruim na eleição deste ano?

Tem que reconstruir com o comando partidário democrático, se reorganizar, se reinvientar porque esse modelo não deu certo.

 

 

Mais Vistos

Receba notícias diretamente no seu Whatsapp!

Entre no grupo do Whatsapp pelo link público.