"O Povo foi às urnas não para eleger, mas para mudar" - Karina Manarin

“O Povo foi às urnas não para eleger, mas para mudar”

 

 Deputada federal reeleita pelo PSDB, Geovânia de Sá, é das “sobreviventes” do tsunami que atropelou políticos experientes e que não alcançaram a reeleição. Na avaliação dela, o desejo de mudança sobressaiu no primeiro turno, ao mesmo tempo que causa forte expectativa pelos eventuais mandatos que começam em janeiro. Na entrevista, ela afirma que seu nome está à disposição para a presidência estadual do PSDB e considera que o fato de os tucanos permanecerem no Governo Temer também foi fator determinante para  a fragilização do partido.

 

A sra fez em 2014 52.755 votos em 2014 e agora em 2018 101.937. Apesar de ter quase dobrado no Estado, em Criciúma, sua base eleitoral, a votação teve queda. A que a sra atribui isso?

Primeiro quase o dobro de votação. Acredito eu que quem foi às urnas e votou na Geovânia de Sá, votou no trabalho e no que ela representou para o Estado de Santa Catarina. Em Criciúma em 2014 tínhamos quatro candidatos a deputado federal com reais possibilidades de chegada. Nessas eleições tínhamos oito. Dobrou. E com a onda Bolsonaro, desejo de mudança, de tirar o que lá estava refletiu na votação. Dos 295 municípios, foram três cidades onde minha votação caiu. Teve cidades aqui no Sul que fizemos 34,38,35%…ou seja, realmente foi reconhecimento do trabalho mas Criciúma tinha grande número de candidatos e candidatos que representavam esse novo, essa diferença que a população queria e levou para as urnas.

 

A sra considera que o fato de o veredaor Júlio Kaminski, que é do PSDB, ter coordenado a campanha de Daniel Freitas também inlfuenciou para que a sra perdesse votos em Criciúma?

Com certeza. Acho que teve influência, Muitos do PSDB também estavam trabalhando com o Daniel Freitas. A própria prefeitura, pessoas que lá estão também tinham o Ricardo Guidi e outros candidatos. O município e o próprio prefeito respeitou muito isso. É a democracia. Ele sempre deixou muito claro para todos: cada um apóia quem acha que deve apoiar. Nós levamos nosso projeto adiante e respeitamos essa posição de cada um.

 

A sra é a única deputada federal do PSDB em Santa Catarina e isso a coloca em posição de mais força no partido, o PSDB, que saiu fragilizado dessa eleição. Parte de onde a reconstrução do partido, que tanto tem sido citada nos últimos dias?

O PSDB por tomar uma posição de estar no governo Temer, sofreu essa conseqüência. E o PSDB sabe, não só nacionalmente como no Estado, que precisa se reinventar e reconstruir diante de um cenário onde o atual sistema está falido e a população mostrou nas urnas que quer o novo, a diferença. O PSDB está consciente desa reinvenção. Tínhamos dois senadores de Santa Catarina, que acabam o mandato agora e tinha dois deputados federais e fiquei só eu do Estado no Congresso Nacional. Então eu tenho uma grande responsabilidade. Não somente com a população de Santa Catarina, para trabalhar o desenvolvimento social e econômico do Estado, bem como recriar nosso partido.

 

Até os 45 do segunto tempo, o PSDB tinha um candidato ao Governo que era o Paulo Bauer mas na última hora acabou coligando com o MDB e não chegou ao segundo turno. Se o partido tivesse insistido na tese de candidatura, o cenário seria outro hoje?

O PSDB tinha vários nomes que poderiam ser candidatos a governador e eu cito dois: Paulo Bauer e Napoleão Bernardes, que representa a juventude, renovação. Se eles estivessem no quadro, com certeza o resultado seria totalmente diferente. Com certeza estariam no segundo turno.

 

Seu nome está à disposição para a presidência estadual do PSDB?

Vem se cogitando. Fui procurada por algumas lideranças do partido, inclusive nosso prefeito. O raciocínio  é que com o que o partido está passando e eu com a votação, que quase dobrei, tendo esse patrimônio eleitoral, que nos fortalece. Se o partido precisar e achar por bem que a gente venha a dirigir e faça parte dessa reinvenção do PSDB em Santa Catarina, estamos à disposição.

 

Segundo turno em Santa Catarina: Moisés ou Merísio?

O meu candidato não foi para o segundo turno e eu como deputada federal vou respeitar a decisão do eleitorado. Independente se ganhar Merísio ou Moisés eu estarei com certeza trabalhando pelo Estado e lutando para que realmente haja avanços e possa sair da situação que se encontra hoje. O estado tem dívida na ordem de mais de R$ 30 milhões e nós precisamos de alguma forma ter alguém com competência para poder fazer gestão. Espero que o eleito faça o melhor pelo Estado.

 

No Brasil é Bolsonaro?

Bolsonaro. Nesses três anos que lá estou sempre lutei, fui antiPT e vou trabalhar com certeza, como meu candidato a presidência não foi ao segundo turno, para que Bolsonaro seja eleito.

 

Das conversas que a sra tem atualmente com deputados eleitos do PSDB, o partido será base do Bolsonaro em caso de eleição?

Nós tivemos somente duas reuniões, uma da bancada e outra da Executiva onde o partido tomou a posição pelo Bolsonaro, a maioria, alguns poucos estão com Haddad, mas a maioria é Bolsonaro. A decisão sobre o que vamos apoiar , até agora a decisão é de apoiar o que for bom para o país. O que for criado, debatido  na Casa, em especial as Reformas, que eram pautas do PSDB, vamos estar juntos.

 

Independente de quem for eleito, me parece que a Reforma da Previdência não vai fugir da pauta….

Todos farão…

 

Qua sua posição quanto a Reforma da Previdência?

Reforma da Previdencia, como foi discutida no Congresso e o úlitmo relatório defendi muito que os desiguais não podem ser tratados como iguais. Nós temos hoje categorias, temos profissionais no nosso país que são expostos a agentes nocivos por exemplo. Eu tinha emendas que apontavam o tratamento diferenciado, o olhar sensível para esses profissionais. Até porque não podemos comparar alguém que trabalha em um escritório com alguém que desce uma mina ou está exposto ao pó da cerêmica ou da metalúrgica. Além disso, penso que temos que trabalhar a Reforma da Previdência para todos, não somente para a iniciativa privada. O poder público tem que estar junto, não podemos separar algumas categorias. A reforma é para todos. E comecem pelo poder público, depois a iniciativa privada.

 

A senhora inclui os militares?

Todos. A reform da Previdência tem que ser feita para todos. Não pode só o trabalhador na iniciativa privada sentir no bolso. Mas primeiro no poder público. Dê o exemplo.

 

A renovação na Câmara dos deputados chegou a quase 50%. Como é a avaliação desses novos que chegam?

Há uma preocupação é lógico, porém esses com certeza já devem estar estudando como atua um deputado e qual seu papel e sua função. O que eu sinto é que o povo foi as urnas não para eleger mas para mudar, para tirar o que lá estava. Disseram: eu quero fazer a limpa nesse sistema atual que tem o país, nesses que nos representam. E isso refletiu nas urnas. Tanto que desencadeou o candidato a presidente da República, o Bolsonaro, para os Estados e para os municípios. Isso não foi só em Santa Catarina, foi em todo o país, o desejo de mudança. E espero que esse desejo, essa confiança que o eleitor depositou realmente atenda os anseios da população. Caso contrário, esse mesmo povo que elege pode tirar.

 

Como a sra vê o cenário para as eleições municipais em Criciúma?

Agora os prefeitos estão aguardando quem vai se eleger governo do Estado e governo Federal. Com base nisso eles vão buscar os recursos. O prefeito Clésio Salvaro é trabalhador, é guerreiro  e tenho certeza que vai atender aos seus planos de governo, que ele tinha ralmente se comprometido na campanha ele vai atender. Claro que nomes novos virão, e isso é bom, oxigena a política, porém acredito eu que ele está preparado para enfrentar as eleições de 2020.

 

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