"Poderíamos estar em estágio mais avançado não fosse a alta carga tributária" - Karina Manarin

“Poderíamos estar em estágio mais avançado não fosse a alta carga tributária”

 Integrantes da Associação Vinhos de Altitude de Santa Catarina e prefeitos da região Serrana entregaram ao governador Eduardo Moreira, do MDB, reivindicações para impulsionar o setor que incrementa e contribui para o desenvolvimento do Turismo na Serra Catarinense.

Entre os pedidos, o Regime Especial Para Substituição Tributária, que já existe em outros setores como o das microcervejarias. Unidos, empresários e prefeitos solicitam também melhorias nos acessos.

Neste quesito, reinvidicam o término da Serra do Corvo Branco (onde faltam apenas sete quilômetros), conclusão do aeroporto de São Joaquim, que ainda não opera por detalhe e o caminho das Neves, que liga São Joaquim ao Rio Grande do Sul. Também solicitam um aeroporto em Bom Retiro.

O assunto foi novamente pauta na posse do novo de José Eduardo Basseti, presidente da Associação, que aconteceu na Vinícola Thera, na noite de sexta-feira.

A vinícola Thera é de propriedade do criciumense João Paulo Freitas, que concedeu entrevistaao site ontem.

Filho de Dilor Freitas, visionário empresário que iniciou na Serra os vinhedos para produção de vinhos de altitude no início dos anos 2000, João herdou a veia empreendedora do pai e tem projetos audaciosos que com certeza colocarão o Estado na rota do enoturismo no Brasil, quiçá do mundo.

Denominado “projeto de vida”,  elaborado pelo arquiteto italiano Marco Caramonti o projeto inclui hotel cinco estrelas, spa, residencial, pousada e anfiteatro para apresentações artísticas. As etapas para a construção já estão definidas mas sem prazo estipulado para término.

Com vinícolas como a Thera, o turismo se desenvolve também em setores como  o de aventura e pousadas. O incentivo do Governo, é sem dúvidas essencial para o crescimento daquela região. 

 

Confira a entrevista na íntegra: 

 

A posse da Diretoria da Associação e as reivindicações do setor.

 

Ontem nós tivemos a posse da nova diretoria da Associação Vinhos de Altitude de Santa Catarina. Fizemos essa composição o José Eduardo Basseti é o novo presidente e o Acari passou a ser um diretor  exclusivo para tratar da Vindima, que é um dos pontos importantes. Nós tivemos há algumas semanas com o governador Eduardo Pinho Moreira fazendo algumas solicitações.

 

Quais?

Entre elas, a primeira reivindicação para o setor é criar um regime especial para a Substituição Tributária. Nós somos uma indústria recente, tivemos logo no início, nos anos 2000, uma série  de iniciativas mas ela tem dificuldades para crescer, muitos dos associados têm vinhedo mas ainda não têm vinícola ou local onde se elabora os vinhos e percebemos que poderíamos estar em estágio bem maior não fosse a altíssima carga tributária que temos. Então a Substituição Tributária, nós solicitamos que se crie um regime, como já existe para outros setores microcervejeiros aqui em Santa Catarina, também para o nosso setor para que possa crescer. O vinho como atividade é importante, mas sobretudo é importante por conta do turismo. Ele ancora um turismo de qualidade, haja vista que normalmente qualquer região do mundo que produz vinho, especialmente vinho de qualidade são regiões bem desenvolvidas.

 

Vocês possuem números acerca do incremento que a produção de vinho trouxe para a região?

Não teria mas é visível. A Serra teve alguns grandes ciclos de atividade econômica. No início por muito tempo a de extração de madeira. Depois esses campos ficaram vagos e iniciou-se a atividade de pecuária, recentemente , numa linha de tempo mais ampla tivemos a fruticultura de clima temperado onde a maçã desempenha um papel bastante relevante, e apenas há cerca de 18 anos atrás que iniciaram-se os primeiros vinhedos comerciais e os primeiros vinhos na verdade foram colocados no mercado ali para o final de 2005 ou 2006.

 

A participação do seu pai no início dessa atividade aqui na Serra?

Concomitantemente com a Vinicola Francioni, que meu pai foi o fundador, tinha algumas outras expectativas mas acho que ele teve essa visão de que seria realmente local  muito propício para o vinho e fez uma aposta, um investimento bastante grande que tornou-se um icone e acabou inspirando muitos outros empresários a investirem aqui. Acredito que o papel dele foi relevante neste sentido, de inspiração e de motivação. Muitos passaram a acreditar, dada a aposta que ele fez.

 

Como é a organização dessa atividade hoje? Como trabalham, inclusive com a Associação…

Eu voltaria na reposta inicial porque ainda precisamos complementar. Nós fomos ao governador, fizemos essa solicitação, que foi a principal, muito justo e depois um pedido de apoio para a Vindima, que é uma festa que todas as regiões do mundo têm, onde se celebra a colheita, que é um ciclo de um ano. Aqui acontece em março.  Nós tivemos dificuldades para fazer a VinFesta no ano passado e esperamos nesse ano fzer um projeto bem bacana. A idéia é sempre vincular o vinho à cultura então atividade sartísticas e fazer que todo o ambiente do vinho seja mais interssante. Por último, ponto importante que estamos solicitando e daí a razão dos prefeitos, temos aqui sete prefeitos que tem essa visão hoje do trabalho em conjunto, que é exatamente melhorar os acessos. Estamos solicitando a conclusão da Corvo Branco, que é um pecado, faltam sete quilômetros e isso daria uma repercussão extraordinária na Serra Catarinense. Também solicitamos a conclusão do aeroporto de São Joaquim, que está praticamente pronto mas ainda faltam detalhes para entrar em operação, o caminho das Neves, que liga São Joaquim ao Rio Grande do Sul e por último um projeto novo que é um aeroporto também em Bom Retiro que vai atender a toda essa região de Urubici, Rio Rufino, Alfredo Wagner, Bocaína do Sul e daí a razão de estarmos todos juntos. Convidamos e conlclamamos os prefeitos para fazer um projeto. A associação na verdade está solicitando em nome da região e com apoio integral dos prefeitos, fazendo um  movimento para que se conclua e se melhore o acesso. Nós acreditamos que nossa atividade tem esse cunho do turismo e que traz grande repercussão. Então é esencial a melhora nos acessos para que o turista tenha mais facilidade para chegar até aqui.

 

Já receberam algum feedback do governo quanto a isso?

O governado foi convidado mas em função do tempo não pode estar aqui. Ele  mandou uma gravação em vídeo se comprometendo em dar apoio na questão tributária e nos outros termos que estamos solicitando. Também abriu a possibilidade de nos receber em audiência com a diretoria da Associação e os prefeitos para ratificar essa solicitação  e dar encaminhamento a esses pleitos.

 O seu projeto para esse negócio aqui na Serra abrange a ampliação das opções para o turista, com a construção de Hotel, spa, pousadas entre outros itens. Há prazo para isso?

Costumo dizer quando faço a apresentação, no início da apresentação, que esse é um projeto de vida, um projeto para gerações. Ele tem um forte compromisso com o direcionamento, e  tempo não é o fator principal. Na verdade queremos fazer um crescimento orgânico, sólido onde possamos desfrutar bastante do trajeto e não especificamente do objetivo final. O importante é que sabemos bem quais são as etapas. Nós iniciamos aqui em 2013, embora os vinhedos sejam da época de meu pai que implantou em 2000 a 2003. Nós iniciamos o projeto Vinícola Thera, Fazenda Bom Retiro em 2013 , daí contratamos o arquiteto muito importante que é o Marco Casamonti, que fez o projeto da Vinicola Antimori para fazer o Master Plan. Trabalhamos dois anos para fazer o Master Plan que vocês assistiram no vídeo. Iniciamos então nesse tempo, primeiro pelo projeto dos vinhos. Nós temos que identificar ao nosso ver qual a vocação específica desta área, direcionamos o projeto então mais para brancos, espumantes, rosés e tintos embora estejamos ampliando os tintos porque temos excelente reposta também nos tintos. Durante esse tempo nós fizemos o winw bar, para propiciar essa experiência aos que vem aqui e estamos trabalhando agora no embrião do projeto da pousada que vamos abrir espero que até o fim do ano, com o espaço aqui onde estamos que é o lounge, uma área de convívio para quem vem se hospedar. A próxima etapa estamos trabalhando firmemente no projeto do residencial, que terá 85 unidades e esperamos que no início do ano que vem talvez possamos lançar. A idéia, do ponto de vista do projeto empresarial é que com os recursos oriundos do residencial possamos fazer os outros equipamentos. A vinícola, o espaço equestre, o Spa, pousada que estamos iniciando, depois o Hotel, que tem característica um pouco mais sofisticada… enfim aos poucos vamos tocando mas sabemos sobre cada etapa.

 

Quando se fala em projeto de vida, pode-se dizer que isso já foi uma herança de Dilor Freitas?

A gente acredita que nós temos um papel na comunidade, na sociedade. Esse projeto não é para nós. É um projeto que se espera, seja um projeto inspirador. Acreditamos que a própria região já está bastante animada com o que temos feito por aqui e isso vai qualificando. Já temos várias iniciativas aqui no entorno, pousadas se qualificando melhor e acreditamos que há repercussão do que estamos fazendo.

 

 

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