Uma Lei que vale por uma vida política inteira - Karina Manarin

Uma Lei que vale por uma vida política inteira

Conselheiro
do Tribunal de Contas do Estado, o ex-deputado Júlio Garcia construiu carreira
política irretocável e deixou sua marca com a elaboração da Lei que modificou a
realidade de 190 Apaes no Estado, com 19 mil alunos atendidos. Trata-se de destinação de 1% do Fundo Social
para as instituições distribuído conforme o número de alunos. Em 2015, quando
se comemorou os dez anos da lei apelidada de ‘ Julio Garcia’, cerca
de R$ 30 milhões foram destinados às Apaes. Recentemente, um livro sobre o
assunto foi lançado e expõe as mudanças possíveis nas instituições em
conseqüência dos recursos recebidos. Na entrevista que concedeu ao site, o
Conselheiro Júlio Garcia falou sobre a Lei que leva seu nome. 

 Recentemente um livro foi escrito
sobre a lei das Apaes…

 O livro
quem fez foi a jornalista Lúcia Helena e a ideia é dela. Surgiu de uma conversa
que tivemos depois da comemoração dos 10 anos na Assembleia e eu disse pra ela:
‘Nossa eu pensei que depois de feita a lei todo mundo ia esquecer e
acabou’… o que seria natural… e
 
aí me disse ela ‘Ã? que tu não sabes a importância disso… Eu vou
fazer um livro!’ E aí ela acabou por fazer o livro.

 Mas de onde surgiu essa ideia de elaboração
de uma lei que destina 1% do Fundo Social para as Apaes? E porque as Apaes?

A Apae é em
função de eu ter ido uma vez em São Martinho e a prefeita ter me levado para
conhecer a Apae. Depois de conhecer é muito difícil tu
  não interagir, não se vincular com eles,
porque eles são pessoas muito especiais, que cativam a gente. Eu fiquei
preocupado com as carências, com as dificuldades e comecei a imaginar que
teríamos que ter uma solução. Compartilhei isso com amigos, com o gabinete, com
pessoal da área técnica da Assembléia até que surgiu a ideia de incluirmos no
Fundo. E fui conversar com o então governador Luiz Henrique.

 

A lei foi aprovada por unanimidade.
Esse trâmite de amarração na Assembleia, isso foi complicado?

Foi tudo
muito fácil. A causa é uma causa fácil de trabalhar porque as pessoas se
sensibilizam. Ninguém se envolve muito. Todo mundo passa ao largo. Mas a partir
do momento que tu apresentas a causa e convida as pessoas a participar é tudo
muito fácil. Não tive nenhuma dificuldade na Assembleia, nem com Luiz Henrique,
nem com Eduardo… Eu teria que conversar pra mandar a lei, não poderia fazer
sem a aquiescência deles então não tive nenhuma dificuldade.

 

Qual o sentimento hoje, dez anos
após a lei estar em vigor e sabendo da diferença que ela faz nas Apaes do
Estado?

Gratificante.
A melhor coisa que possa existir. Uma lei dessa vale uma vida política inteira
porque é muito difícil… Quantos parlamentares brilhantes passam pelo
parlamento quer na Câmara de Vereadores, quer na Assembleia Legislativa, no
  Congresso Nacional e não conseguem ter uma
ação dessas. Não porque não tenham competência, capacidade, ou vontade de fazer,
mas é muito difícil as vezes conjugar, e aqui acabou que houve uma conjugação
de forças… E um pouco da minha sorte também… Eu sempre tive muita sorte na
vida…

 

A lei das Apaes foi aprovada por
unanimidade. O sr foi presidente da Assembleia por duas vezes por unanimidade,
e escolhido Conselheiro do Tribunal de Contas da mesma forma. Tem uma carreira
política irretocável. O sr tem planos de retorno a política depois do Tribunal
de Contas?

 

O negócio
da unanimidade é assim: a gente vai aprendendo, aprendendo, aprendendo… No
início da minha carreira eu brigava com meus colegas, brigava no meu partido,
brigava com jornalistas, brigava com todo mundo. Com uns brigava mais e com
outros menos mas brigava sempre… Aí depois tu vai aprendendo que brigar não
resolve nada. O que resolve é aglutinar, congregar, isso é que resolve.

 

Mas e os planos futuros?

Não tenho
projeto para retorno à política. Eu não consigo explicar para mim porque eu saí
da política para vir para o Tribunal, agora vou sair do Tribunal pra ir pra
política?

 

Quanto tempo ainda tem de Tribunal?

Tenho mais
nove anos de Tribunal.

 

Então aquele adesivo que circula lá
em Criciúma ‘Júlio Garcia Governador’
 pelo menos por ora não procede?












Aquilo é o
fã clube né e fã clube a gente não pode segurar (risos).

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