Santa Catarina tem a pior rodovia federal do Brasil, aponta pesquisa - Karina Manarin

Santa Catarina tem a pior rodovia federal do Brasil, aponta pesquisa

De acordo com a Fiesc, Federação das Indústrias de Santa Catarina, o estado demanda R$ 18,4 bilhões de investimentos em sua infraestrutura de transporte entre 2023 e 2026 para alcançar um padrão considerado adequado para segurança e eficiência do sistema. Os dados integram a Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense, apresentada pela entidade nesta segunda (5). Na apresentação, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar citou pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes que aponta trecho catarinense da BR-163 como a pior rodovia federal do país.

O estudo considera todos os modais de transporte e todas as esferas de governo, além da iniciativa privada. “Precisamos de muito investimento para que a gente possa retomar o crescimento do país”, afirma  Aguiar.

A agenda considera a necessidade de investimentos federais (R$ 5,43   bilhões), estaduais (R$ 7,54 bilhões), municipais (R$ 241 milhões) e privados (R$ 5,2 bilhões).

Nos modais, as necessidades apontadas são de R$ 14,5 bilhões em rodovias; R$ 1,72 bilhão, no segmento aquaviário (que inclui portos);  R$ 985 milhões no modal ferroviário, R$ 695 milhões no aeroviário e R$ 510 milhões no sistema dutoviário.

No montante requerido pelo modal rodoviário, estão previstos recursos para conservação, manutenção e restauração das estradas. Para as BRs, a FIESC defende que o ideal seja a aplicação de R$ 400 milhões (no mínimo R$ 250 milhões). Para as rodovias estaduais, o valor recomendado é de R$ 200 milhões (no mínimo R$ 120 milhões). “No caso das rodovias, o montante é necessário para garantir o andamento de obras de duplicação e ampliação de capacidade”, destaca Aguiar.

“A melhoria da infraestrutura de transporte oferece segurança aos usuários e melhora a eficiência da economia, reduzindo custo de transporte, o que inclui menor tempo das viagens e menos gastos com combustível e manutenção”, salienta Aguiar.

“Para aumentar a competitividade da economia, o investimento feito na infraestrutura tem retorno com o aumento da arrecadação de impostos. Isso deve ser uma política de estado. Por isso, buscamos a sensibilização de nossa bancada federal e dos órgãos do poder executivo nesse debate”, acrescenta o presidente da FIESC. “Fundamentalmente, precisamos de um processo de planejamento e gestão desses investimentos, para que eles tenham sinergia e para evitar que se abram frentes isoladas e com resultados pouco efetivos”.

Aguiar destacou que o Brasil ocupa a 59ª posição em competitividade entre 63 países. No plano da infraestrutura, o Brasil é 53º entre os mesmos 63 países. “Santa Catarina fica na 19ª posição brasileira em termos de qualidade nas estradas, é o segundo estado em quantidade de acidentes, segundo em quantidade de acidentes com vítimas e o 4° em acidentes com mortes. De 2011 a 2021, tivemos 142,1  mil acidentes e 5 mil mortes nas rodovias federais em Santa Catarina”, observa o presidente da FIESC, que também citou pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), segundo a qual 68% das rodovias de Santa Catarina estão avaliadas como péssima, ruim ou regular.

A mesma pesquisa aponta o trecho catarinense da BR-163 como a pior rodovia federal do país.

O superintendente Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) em Santa Catarina, Alysson Rodrigo de Andrade, e o secretário de estado de Infraestrutura, Thiago Vieira, relataram as principais obras rodoviárias que os órgãos estão realizando no estado, em especial para a recuperação de rodovias danificadas por causa da chuva intensa da semana passada.

(Com foto: Filipe Scotti) 

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