Deputados estão fascinados com a distribuição de dinheiro, alfineta Lunelli - Karina Manarin

Deputados estão fascinados com a distribuição de dinheiro, alfineta Lunelli

 O empresário Antídio Lunelli voltou à carga quando o assunto é sua pré-candidatura à reeleição pelo MDB. Na entrevista que concedeu ao blog, afirma que nunca quis ser candidato a vice mas que aceitou em nome do MDB e da união do partido. Mais que isso, afirmou que os deputados “tem encantamento pela distribuição de dinheiro e que eles têm cargos indicados no governo” e reafirmou que seu nome será colocado na convenção do dia 23 de julho como pré-candidato ao Governo do Estado. Na entrevista, Antídio também revela conversa dele e do Governador Moisés onde foram oferecidos cargos e secretarias além da possibilidade de candidatura ao senado. Como vice, a conversa era a possibilidade de renúncia de Moisés e ele assumir o último ano de governo.

Seu nome continua à disposição para o governo pelo MDB?

Sim. Continuo como pré-candidato. Eu pratiquei o gesto para a união do partido. Eu fiz aquilo que o Raimundo Colombo fez em relação ao prefeito de Chapecó, que também havia se colocado como candidato. Eu pratiquei o mesmo gesto, tentei unir o partido apesar que as bases querem candidatura própria e tal. Mas eu tentei, pratiquei o gesto. Mas aí o governador não me quis, porque eu sou um crítico do governo, tem áudios e tem críticas minhas em relação ao governo… e é uma questão de gestão, não é questão pessoal. Então ele já tinha me convidado duas vezes para que eu fosse vice dele e eu não tinha aceitado. Na verdade ele quer que o MDB indique um vice e um candidato ao senado também. E aí quando ficou esse posicionamento eu coloquei meu nome novamente e disse então vamos para as convenções. A convenção que defina.

Então a questão que colocaram no fim da reunião do MDB de colocar seu nome como vice está descartada…

Não, eu não quero mais ser vice. O que acontece é o seguinte: os deputados colocaram no final da reunião que se o governador não me quisesse como vice eles iriam me apoiar também. Então não iam mais apoiar o governador. Agora isso aí para efetivamente acontecer, o que vale são as atitudes, não as palavras. Então vamos esperar. Mas eu coloquei meu nome novamente e eu vou para a convenção dia 23.

Como o sr vê o o rumo do MDB com mais essa questão para resolver?

Primeiro temos que trabalhar para ver se eu ganho as convenções se eu ganhar aí é outro passo. O MDB o que acontece? Tem um encantamento dos deputados pela distribuição de dinheiro que sendo feita por todo o estado de Santa Catarina. E isso é natural na política e não acontece apenas com parlamentares do MDB.Claro, está todo mundo fascinado com isso, quer ficar no governo, tu sabes como é a política: todo mundo tentando manter as suas tetas. Os deputados cada um tem lá 50, 60 indicados, então é isso. Eu não tenho nada disso. Sabe que meu negócio é gestão, administração, é o futuro do estado de Santa Catarina. A carga tributária que estamos vivendo, a população está empobrecendo, 64% não consegue mais virar o mês, pagar suas contas.Então temos que trabalhar para no futuro fazer os ajustes que precisam ser feitos em Santa Catarina. Mais municipalista que eu não existe. Agora, ser municipalista não significa ficar distribuindo o dinheiro de qualquer forma, não é assim. Tem município pequeno que está construindo a segunda pista de atletismo. Que não dão conta de manter uma. Então temos uma visão de futuro. Uma empresa tem que se perpetuar. Uma empresa não está aí para durar um ano, nem para quatro anos mas para durar gerações. E é isso que falta no setor público. Olha a folha de pagamento quanto vai representar no próximo ano, o acréscimo que vai ter. Temos que ter responsabilidade.

Ontem ouvi de algumas lideranças que o sr. poderia disputar  como candidato a deputado estadual ou federal. Fala-se inclusive que seu nome poderia fortalecer a chapa proporcional. Isso é levado em consideração?

Eu, em uma reunião que eu tive com o governador lá atrás ele nos ofereceu diversas secretarias, cargos e tal e o senado também. Eu até fiquei assim que de repente eu poderia ir para o senado e daqui quatro anos voltar e tal. A forma que aceitei ser vice naquele momento porque no último ano nós assumiríamos, poderia fazer uma construção muito bem feita então ficaria para 2026. Tudo isso eu fiz em nome do partido. Só que eu tenho alguns impedimentos legais pelas nossas empresas que não posso ser candidato nem ao senado, nem a deputado federal e acho que nem a deputado estadual. Porque eu tenho relacionamentos de negócios direto por exemplo com o BNDES, negociações com empresas públicas e tal. E como sou fundados e acionista é tudo no meu nome, legal, eu não tenho nada escondido de ninguém, não tenho laranja. Sabe que tem político aí que são dono da metade do estado que vai procurar tu não encontra nada. Eu não sou desse tipo. O que eu tenho é transparente. Então eu tenho impedimentos legais e na verdade ou seria para  vice ou governador. Mas eu sou candidato ao governo. Eu nunca quis ser vice. Eu fui no intuito de unir o nosso partido, mas já que não está havendo consenso nisso aí eu vou com as bases e se eu ganhar eu vou trabalhar o governo e se eu perder terá o meu apoio aquele que ganhar. 

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