Se no primeiro mandato, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro tinha certo controle da sua base, o mesmo parece não acontecer neste segundo, sob pena de atitudes como a que ele tomou ontem, ao exonerar dois secretários para retirar do Legislativo um vereador que se absteve em votação nesta semana.
O primeiro “furo no casco” atende pelo sobrenome de Júlio Kaminski, eleito pelo PSDB mas que não aderiu de todo a cartilha tucana no Legislativo, a ponto de ter carta de alforria declarada por Salvaro e o PSDB, caso queria desfiliar-se sem a perda do mandato. O furo virou rombo e acedeu a luz amarela no Paço Municipal quando o vereador Alisson Pires absteve-se em projeto de autoria do vereador Zairo Casagrande, do PSD, que avalia como duplicidade a cobrança da Cosip em condomínios e sugeria mudanças.
A abstenção do vereador e o voto favorável de Kaminski e de Dailto Feuser, também do PSDB, impôs placar apertado ao Executivo, de oito votos a sete. Alisson, que é suplente, foi chamado e teve solicitação para que retirasse licença do Legislativo dando lugar ao suplente também do PSDB, Edson Aurélio.
Como o pedido não havia sido atendido até o fim da tarde, houveram duas exonerações por decreto: a dos secretários Geral, Arleu da Silveira e da Secretária de Educação, Roseli de Luca. O primeiro foi o mais votado em 2016 e a segunda efetivou-se com a cassação de Moacir Dajori. Havia necessidade de que os dois assumissem para evitar que Alisson continuasse na Câmara já que há outra vaga ocupada por suplente, no caso Marcos Meller.
Aos 45 do segundo tempo, Alisson Pires atendeu ao pedido, protocolou licença e os secretários continuam no Paço.
O prefeito demonstrou que vai usar de todos as armas possíveis para manter base coesa.