O que leva um ex-presidente da República a procurar um Ministro do STF para propor uma negociata? Afora todas as acusações contra a Revista Veja e o fato de o Ministro Gilmar Mendes não estar entre os meus "preferidos” do Supremo, é uma denúncia muito grave e que merece atenção dos cidadãos.
Segundo a revista, Lula teve uma reunião com Gilmar Mendes no escritório do ex-ministro da Justiça e ex-presidente do STF Nelson Jobim, em Brasília. No local, Lula propôs o adiamento do processo do mensalão em nome de blindagem do Ministro na CPI do cachoeira. O motivo é que Gilmar Mendes teria ido a Berlim, na Alemanha, com Demóstenes Torres em um avião cedido por Cachoeira.
O Ministro confirmou à reportagem da Veja que a reunião aconteceu e que viajou com Demóstenes mas disse que pagou suas próprias despesas e tem como comprovar isso.
Deixar o julgamento para depois das eleições municipais, como Lula queria segundo a reportagem, significaria também a prescrição de alguns crimes no processo. Sem contar que dois dos ministros propensos à condenação dos réus estariam aposentados…
A Veja foi acusada de ter conseguido matérias referentes ao mensalão através do esquema de Cachoeira. Uma CPI sobre Cachoeira está em andamento no Congresso e existe a expectativa do julgamento do mensalão, que envolve figuras fortes do governo Lula.
Neste cenário interligado, surgem acusações de todos os lados e torna-se fato digno de reflexão. Quantas negociatas deste tipo ocorrem sem chegar ao conhecimento do público?
E mais, dos 11 Ministros do Supremo, seis tiveram indicação de Lula. Até que ponto pode haver imparcialidade do judiciário no atual formato de indicaçãos ou até que ponto os que indicam pensam que mandam, mesmo depois de deixar o mandato?