A audiência pública para debater possível sobre mudança no Hino de Santa Catarina, que aconteceu nesta terça-feira (15) definiu pela criação de uma comissão especial de trabalho, que será responsável pela elaboração de um edital para o lançamento de concurso público aberto ao setor cultural e artístico do país. A proposta no entanto teve reações contrárias e precisa ser aprovada no plenário da Assembleia Legislativa.
“Outras três tentativas aconteceram e não avançaram por falta de um planejamento estratégico, algo que foi corrigido agora e vai permitir que esse debate chegue em um prazo de 24 meses ao Plenário de acordo com o cronograma que nós estabelecermos”, pontuou o deputado Ivan Naatz (PL), autor da proposta.
Ele informou que a comissão será composta por deputados e representantes dos setores culturais, artísticos e musicais, tanto da área pública como privada.
O deputado justifica a iniciativa avaliando que o hino atual, adotado por lei estadual em 1895, há 128 anos, não é representativo e é desconhecido da maioria da população.
O encontro contou com a participação do vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, deputado Mário Motta (PSD), deputado Maurício Peixer (PL), representante da Fundação Catarinense de Cultura, Leila Regina Pereira dos Santos, do presidente do Conselho Estadual de Cultura, Luiz Ekke Moukarzel, chefe da banda de música da PM, subtenente Luiz Fernando da Silva, entre outras autoridades do setor cultural e artístico do Estado.
O deputado Mário Motta (PSD), sugeriu que caso haja um novo hino para o Estado, o atual hino catarinense deverá ser classificado como histórico. “Que o hino composto pelo professor José Brazilício e o professor Horácio Nunes Pires seja o hino histórico de Santa Catarina”.
A representante da Fundação Catarinense de Cultura, Leila Regina Pereira dos Santos, considerou o debate importante porque incita reflexões.
“ Alterar não é possível porque caiu no domínio público e representa um momento histórico”, ponderou.
Já o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Luiz Moukarzel foi categórico ao se posicionar contra a mudança. “O Conselho é contra a mudança histórico-cultural do hino. Somos contra porque quando você suprime uma questão histórico-cultural, mesmo que a intenção não seja essa, você faz um apagamento histórico-cultural para as próximas gerações”. Ele disse ainda que o Conselho Estadual de Cultura está à disposição para aprofundar o debate.
Artêmio Zanon, representando a Academia Catarinense de Letras, também se posicionou contrário à mudança do hino. Ele sugeriu que fosse realizada uma campanha estadual para divulgar e popularizar o hino do Estado de Santa Catarina nas redes públicas de ensino.
O historiador Rodrigo Rosa, gerente de patrimônio da FCC, pontuou que os hinos são símbolos de um tempo e os símbolos não devem ser alterados e sim preservados e respeitados.
Alzemir Machado, do Conselho Estadual de Cultura, questionou se o foco da proposta não deveria ser outro. “Deveríamos propor a popularização do nosso hino”, afirmou.
Já o músico e compositor, Jaime Telles, se posicionou favorável à alteração. Para ele, o atual hino deve ser rotulado de histórico, mas está fora de contexto.