A cena é de caos. Assim o empresário Gerri Consoli descreve a situação da cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina atingida pela segunda maior enchente da história, com previsão de mais chuva nesta quarta (22) e quinta (23).
“ O rio subiu a 12 metros e praticamente toda a cidade foi atingida. Nas partes mais altas há locais em que aconteceram desabamentos. A Defesa Civil condenou inclusive algumas edificações e residências”. Descreve Consoli, que esteve nesta terça-feira (21) na Assembleia com pedido de socorro aos deputados.
Em audiência na Comissão de Turismo e Meio Ambiente, Consoli entregou o relatório de ações motivadas por audiência pública em junho na cidade de Rio do Sul. A audiência é resultado do período que ele ocupou cadeira na Assembleia Legislativa já que é suplente de deputado estadual.
Chamou atenção na fala do empresário, a falta de interesse do governo federal na ajuda imediata para as cheias em Santa Catarina. Ele explicou que na primeira enchente, que aconteceu em outubro, ministros aterrissaram na região e se dispuseram a ajudar mas somente com processos existentes e que dependem de burocracia.
“Estamos na segunda enchente e a informação oficial que recebi é que até agora foram R$ 50 mil do Governo Federal. Não temos ajuda humanitária e nem recursos imediatos para conter a situação que é caótica”, explicou.
Há necessidade de colchões, água potável e alimentos.
No dia 11 de outubro a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e o Ministro da Integração Nacional, Waldez Góes visitaram áreas atingidas por enchentes em Santa Catarina. Eles estiveram em Rio do Sul, Taió e Blumenau. Na ocasiào, o presidente do Sebrae, ex-prefeito de Blumenau, Décio Lima, também participou da comitiva.
Entre as obras elencadas na audiência pública realizada em junho em Rio do Sul para a mitigação de cheias, está a construção de sete micro barragens na região, todas com projetos, algumas licitadas mas com espera de licença ambiental do IMA para prosseguimento.
Na visita que os Ministros fizeram a Santa Catarina eles se dispuseram a colaborar com recursos para as obras das barragens. O governo de Santa Catarina fez então a solicitação através do PAC 3, para o qual haverá contrapartida do estado.
O Programa PAC 3 foi lançado pelo Governo Federal em outubro com investimentos na ordem de R$ 48,3 milhões no estado mas há necessidade de todo o processo burocrático para liberação de recursos.
Na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (21), os integrantes da Comissão de Turismo e Meio Ambiente optaram pela formação de uma Comissão permanente para acompanhamento de ações que possam mitigar as cheias na região de Rio do Sul.
Além das barragens, há na pauta o canal de extravasamento do Salto Pilão e a limpeza e o desassoreamento de rios.
As obras são essenciais para que a longo prazo situações como a atual sejam amenizadas. A necessidade urgente no entanto é de atenção emergencial para atender a uma região atingida por duas enchentes em dois meses.