A vereadora Giovana Mondardo (PCdoB), emitiu nota na tarde desta quinta-feira (4) sobre a eleição da mesa diretora da Câmara de Criciúma deixando implícito que pode surgir uma chapa de oposição para a disputa.
“Até aqui, não tínhamos conseguido chegar a 6 vereadores em unidade, para disputar com relativa justeza. Agora nos parece possível até mais. Eu tenho disposição para ajudar a unificar um grupo independente, sem amarras”, diz um trecho da nota.
Questionada sobre o assunto pelo blog, ela avaliou que “tem clima” para a formação de uma chapa que contraponha o acordo firmado com vereadores da base do governo e que têm o Pastor Jair Alexandre (PL), como candidato à presidência. Também revelou que já foi procurada por outros vereadores para tratar do assunto.
Confira na íntegra a nota da vereadora Giovana Mondardo:
Já são quase 4 anos desde o início da legislatura de número 19 da Câmara de Vereadores de Criciúma.
De lá pra cá muita coisa mudou. Já não considero mais a Câmara de Criciúma somente subserviente ao executivo municipal. Considero que possui falhas estruturantes para o seu bom funcionamento e, portanto, muitíssimo refém das decisões de grupo (e aqui grupo não se caracteriza partido).
O grupo que conduziu as decisões nos dois primeiros anos de mandato já não é mais o mesmo. Passa de três ou quatro figuras que lideravam o processo que agora compõem uma tímida oposição.
Eu sempre estive aqui. E nunca foi leve ou diplomático, com respeito as opiniões que divergiam. Experimentei das piores formas a política xula, baixa e desonesta. Não me crucificaram, como fizeram com “Jesus”, porque para o grupo, eu merecia coisa pior.
Entretanto, consegui estabelecer a relação justa que cabia a quem se dispôs a mostrar o contraditório em todas as sessões dessa estimada legislatura. Sem exceção. Construí relação para, timidamente, tentar efetivar as mudanças que Criciuma precisa no âmbito da vida das mulheres, da mobilidade urbana e do transporte coletivo. Essas tentativas nunca foram condicionadas a nenhuma troca de favores ou gestos políticos. Até porquê, eu jamais aceitaria qualquer negociata dessa ordem. Não me vendo. Não troco. Não dependo.
Nunca tive ninguém em cargos de indicação política. Por isso minha liberdade de atuação não tem preço, nem troca. Não é um negócio para mim.
Por isso eu sempre estive aqui. Já dei boas vindas a muitos colegas vereadores que chegaram na liberdade de atuação. Eles riram. E acho que estão mais felizes mesmo.
Sentir que a política pode ser feita com independência, ética e valores inegociáveis têm um gosto bom.
Na direção da Câmara, neste ano, estabeleceram os rodízios conhecidos. Com trocas de cargos e manutenção do poder do tal grupo.
Até aqui, não tínhamos conseguido chegar a 6 vereadores em unidade, para disputar com relativa justeza. Agora nos parece possível até mais. Eu tenho disposição para ajudar a unificar um grupo independente, sem amarras.
Afinal, eu sempre estive aqui!