Uma raridade que instiga pesquisas, chama a atenção e encanta especialistas de diversos países. A uva Goethe, criada nos Estados Unidos por volta de 1850 já não existe mais por lá mas resiste no Brasil há mais de 130 anos na região Sul de Santa Catarina. Em busca dessa história, especialistas dos Estados Unidos aproveitaram a época de colheita da colheita da uva Goethe e visitaram Urussanga.
Eles acompanharam a colheita da uva Goethe em vinhedos e apreciaram diferentes vinhos e espumantes feitos com a variedade na vinícola Casa Del Nonno, com quase 50 anos de atuação. Legado este que honra a preservação desta uva e percorre o mesmo caminho de valorização histórica destes pesquisadores.
“Eu sou pesquisadora e posso afirmar que a uva Goethe não existe mais nos Estados Unidos, onde foi criada. Por isso viemos ao Brasil”, afirmou a ampelógrafa Lucie Morton, que identifica diferentes variedades de vinhas por meio do estudo das folhas das plantas.
Lucie pontuou que graças ao resgate feito pelos produtores de uva nesta região do Brasil é possível conhecer essa variedade quase extinta. Lucie está acompanhada do vitivinicultor norte-americano Nathan Held, do estado do Missouri, e do cinegrafista francês Stéphan Balay.
Juntos, eles estão produzindo o documentário “Odyssey of Forbidden Wines – Exile and rebirth of historic American grapes”. O trabalho é um levantamento e registro do renascimento de uvas históricas americanas. O roteiro também contemplou visita à Epagri de Urussanga, e demais produtores de uva e de vinho.
A vinícola Casa Del Nonno recebeu também a chilena Nicole Soulodre, que trabalha para um pesquisador norte-americano, está desenvolvendo um projeto chamado “The Lost Grape”. Ela degustou vinhos e externou suas impressões. “Foi incrível a degustação de vinhos Goethe em todos os seus formatos. Vocês têm uma joia que deve ser mostrada ao mundo”, frisou.