O ex-governador Carlos Moisés da Silva não será candidato a prefeito de Tubarão mas tem um indicado. Trata-se do prefeito de Pedras Grandes, Agnaldo Filippi (PP), que foi convidado por Moises para a disputa em Tubarão neste ano. Presidente estadual do Republicanos, Moisés cumpriu roteiro nesta terça-feira (6), na região sul e em Criciúma revelou também que pretende se candidatar nas eleições proporcionais de 2026. O ex-governador também alfinetou o atual governo, falou dos 14% de desconto para aposentados, aprovado em seu governo e que agora volta à pauta na Alesc e discorreu sobre sua eleição com a ajuda de uma sigla e as acusações de “traidor”.
Organização do Republicanos em Santa Catarina. São dois prefeitos do partido…
Na verdade quando eu me filiei, quando estava governador, alguns prefeitos me acompanharam. Elegemos cerca de 12 ou 13 prefeitos no PSL que era o partido pelo qual me candidatei depois fizeram o gesto quando eu me filie. Mas originalmente são dois prefeitos. Nós não lançamos meta de prefeitos porque são tão poucos eleitos que se eu dissesse vamos aumentar em 100% bastava eleger quatro. Estabelecemos uma meta de pelo menos dobrar ou triplicar o número de vereadores. O Republicanos em 2020 elegeu 29 vereadores e agora pretendemos chegar a 100. Claro que vão aparecer candidatos na majoritária que eventualmente vamos eleger.
Mas tem candidaturas a prefeito em potencial?
Em Gaspar temos um candidato forte que e o Oberdan. Em Itajaí estamos conversando se vamos trabalhar com o vice ou não, porque depende de janela partidária. Aqui na região podemos ter candidato sim, não tenha dúvida…
O sr está falando de Tubarão, da possibilidade de o prefeito de Pedras Grandes Agnaldo Filippi concorrer em Tubarão?
Eu fiz um convite público para o Agnaldo ser candidato a prefeito não mencionando o partido. Óbvio que seria bem-vindo ao Republicanos mas ele também pode ser candidato pelo Progressistas e teria meu apoio sendo candidato pelo Progressistas.
Então o sr não é candidato em Tubarão?
Não sou candidato. E no dia que anunciei que não sou candidato em Tubarão eu mencionei o nome do Agnaldo. Porque é uma pessoa que vive há 27 anos em Tubarão. Saiu de Tubarão para ser candidato em Pedras Grandes mas ainda tem uma vida em Tubarão, conhece as demandas da cidade e é uma cidade pólo que também atende a interesses de Pedras Grandes. Então penso que é um nome muito importante para a política. Fizemos grandes parcerias. O Agnaldo foi um prefeito que dos 295 teve a coragem de enfrentar e foi vitorioso e ganhou uma ação contra o governo do estado que paralisou sem justa causa várias obras no estado todo e também em Pedras Grandes. Ele teve sucesso com a rodovia da imigração, que é uma rodovia importante.
O sr enquanto no governo o sr lançou várias obras e teve o Pix do Moisés. Já se ouvia falar que o cobertor seria curto para o pagamento. O novo governo paralisou obras iniciadas. Qual é a real situação real?
A real situação é que nós entregamos o governo em superávit. E quem fala isso não é o Moisés, é o Tribunal de Contas , com R$ 3,5 bilhões. E além disso é só olhar o nosso governo. Durante os quatro anos de nosso governo as obras andavam. Durante o primeiro ano deste governo as obras pararam. Então quem tem que se explicar é quem faz gestão pública. É quem levanta a mão, diz que é candidato e quer vir para um cargo que é de extrema relevância, que é governar um estado brasileiro e tem que conhecer de gestão pública, tem que fazer as coisas funcionarem então esse julgamento está sendo feito hoje todos os dias nas obras que estão paradas trazendo prejuízos de mobilidade para as pessoas de desenvolvimento, de geração de emprego e renda e assim por diante.
O sr não é candidato nessas eleições mas aparenta ter planos para o futuro. Qual o seu futuro político?
Nós estamos pensando a partir das eleições de 2024 estruturar o Republicanos em Santa Catarina e lá na frente em 2026 participar das eleições estaduais e nacionais. O Republicanos quer crescer no Brasil todo e aqui em Santa Catarina a gente pode participar de eleições proporcionais que é o principal foco no meu caso específico deputado estadual, federal , alguma coisa que podemos encaminhar. Eu falava há pouco tempo no cenário de fanatismo que envolve eleições no Brasil e em especial em Santa Catarina e nós tivemos o governo mais eficiente do Brasil. Esse governo eficiente não foi valorizado na última eleição. Então as pessoas também vão precisar entender isso para que nos possibilitem até mesmo ousar lançar candidatos seja para majoritária ou outras frentes, com olhar não para números partidários e sim para pessoas, para entender o que as pessoas fizeram, qual o resultado do trabalho delas se foi bom para o estado aquilo. E aí sim ter o apoio da população não a partir de um número, de alguém que venha capitaneado e atraindo todos para votar em determinada pessoa. E sim o discernimento e maturidade política para escolher seu candidato.
O sr foi eleito governador também com certa ajuda de um número e depois durante seu governo o sr adotou certas posturas e foi acusado de traidor. Afinal, que traiu quem?
Eu tenho convicção de que foi um número que me levou ao poder naquela época e acho que Santa Catarina deu muita sorte de nos levar para a gestão pública estadual. Primeiro porque teve um bombeiro a frente da maior crise sanitária da história do planeta, da era recente com o melhor resultado do Brasil. Isso é inconteste. A gente enfrentou e ainda bem que não fizemos nenhum proselitismo político, nenhum movimento como a gente percebe hoje, de jogar para a torcida. A gente acreditou na ciência com muita responsabilidade e sofremos muitos ataques. Quando as pessoas colocam a pecha que você se afastou, traiu etc, simplesmente porque alguns interesses muitas vezes não foram atendidos. Fizemos uma gestão técnica, não deixamos os partidos lotearem o governo do estado.
Os desconto de 14% para aposentados que foi aprovado em seu governo? Essa matéria volta à pauta na Alesc neste ano como um dos assuntos mais polêmicos…
É um mantra. Professores pobres. Carentes, sempre carentes né? O assunto é ah tirou o remedinho do professor. Nós fizemos o piso da educação do professor de R$ 5 mil e a nossa proposta inclusive chegando até R$ 11 mil um doutor quando se aposenta no estado de Santa Catarina, mas a nossa proposta inclusive é avançar ainda mais. O profissional mais bem pago do estado tem que ser o professor. O professor tem que ser o profissional melhor remunerado em qualquer órgão permanente de Santa Catarina e do Brasil. Por que? Porque tudo passa pela educação. As pessoas muitas vezes não entendem isso em uma previdência que era deficitária e continua sendo, com mais de R$ 5 bilhões de déficit por ano. Todos precisam contribuir. Eu também estou na reserva remunerada e também contribuo com a previdência.
Justamente essa a polêmica também, dos militares ganharem uma aposentadoria alta e haver muita diferença…
Muito alta ou muito baixa é uma questão de carreira. Você tem que discutir, juiz, promotor enfim, qualquer órgão público. Se é muito alta ou baixa é uma outra discussão. A contribuição previdenciária é que você contribui ou não. Quem regula a contribuição previdenciária dos militares estaduais é lei federal, não é aqui no estado, por isso que é 10,5%. Então as pessoas misturam todos esses assuntos.Eu acho que essa questão de contribuir ou não é uma questão de ponto de vista. Aliás, quando fizemos a ampliação da contribuição dos 14% nós regulamos o salário de todos os professores para que não tivessem perda efetiva, ou seja, todos tiveram aumento salarial para passar a contribuir com os 14%. Então é um mantra né. As pessoas trabalham com isso como uma bandeira ideológica eu até diria, sem pensar no conjunto da obra.