A situação financeira da prefeitura de Urussanga é o motivo principal para o adiamento da Festa do Vinho neste ano. O anúncio foi feito pelo prefeito interino da cidade, Jair Nandi (PSD), em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (8). “Hoje não temos superávit. Somente o Orçamento do ano. Somente com as exonerações determinadas pelo Ministério Público teremos um custo de mais de R$ 1 milhão”, exemplificou.
O Ministério Público exigiu a exoneração de 250 servidores devido a contratações irregulares de gestões anteriores. Além disso, foi estabelecido prazo de 25 dias para a exoneração de cargos não essenciais e 45 dias para apresentação de proposta específica para a secretaria de educação.
Mais que a questão dos servidores exonerados, o prefeito tem ainda a renegociação da Folha de Pagamento. “Com isso, teremos mais meio milhão por mês para pagamento”, explica. O prefeito citou ainda débito com fornecedor no valor de cerca de R$ 400 mil e necessidade de complementar valores para o pagamento do 13 salário dos funcionários.
Diante do quadro financeiro difícil em que se encontra o executivo de Urussanga, a decisão foi de não investir neste ano na mais tradicional festa da cidade, a Festa do Vinho. O custo inicial para isso seria de cerca de R$ 1,5 milhão.
Jair Nandi assumiu interinamente a prefeitura em razão da prisão do titular, Luiz Gustavo Cancellier (PP) na operação Terra Nostra. A acusação contra Cancellier é de ter junto a outros líderes políticos da cidade, superfaturado terrenos para obter vantagem pessoal.
Na coletiva desta manhã, Jair Nandi anunciou também a suspensão do pagamento de R$ 321 mil, referente ao terreno que está sob investigação.
O ministério Público apresentou denúncia na última semana solicitando a manutenção da prisão do prefeito e dos vereadores Thiago Muttini (PP) e Beto Cabeludo (Republicanos), além do ex-funcionário Xixo Murara. Na denúncia, o MP aponta uso de recursos do IPTU da cidade para a compra de um dos dois terrenos alvo de investigação da Polícia.