Tortura na prisão, cobrança do governo e discordância do vice. A primeira entrevista de Salvaro - Karina Manarin
Prefeito Clésio Salvaro concedeu entrevista na tarde desta quinta-feira

Tortura na prisão, cobrança do governo e discordância do vice. A primeira entrevista de Salvaro

O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD),  pretende levar à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa denúncia de torturas sofridas por ele durante sua prisão. 

Na entrevista que concedeu ao blog e à Rádio Cidade em Dia na tarde desta quinta-feira (31), Salvaro classificou o dia de 3 setembro, quando foi preso, como “um dia marcante de forma negativa”e disse ter sofrido “todo tipo de tortura na Penitenciária Sul”, para onde foi levado após ter recebido voz de prisão na madrugada, em sua casa.

Salvaro foi preso em razão da Operação Caronte, que investiga supostos esquemas em funerárias em vários municípios do estado e ficou por 24 dias na Penitenciária de Itajaí.

Prefeito Clésio Salvaro concedeu entrevista na tarde desta quinta-feira

Prefeito Clésio Salvaro concedeu entrevista na tarde desta quinta-feira

 “Lá fui tratado como ser humano”, destacou. Na prisão, o prefeito de Criciúma escreveu um diário que pretende transformar em livro e tomou decisões como a doação de seu salário para o Asilo São Vicente de Paulo. A liberação da prisão aconteceu em 26 de setembro, um dia antes do comemorativo ao santo.

 Mesmo após a liberação da prisão, o prefeito de Criciúma por medidas cautelares, estava proibido de conceder entrevistas. Por isso, a da tarde desta quinta-feira foi a primeira em quase 60 dias. 

Em sua fala, Salvaro moderou o tom para falar do governador Jorginho Mello (PL) mas deixou clara a relação restrita aos cargos que ocupam e adiantou que o governo está em dívida com a prefeitura na ordem de R$ 32 milhões, que ele pretende cobrar em audiência nos próximos dias.

 Sobre o vídeo que gravou no dia em que foi preso, o prefeito disse que no dia anterior havia gravado um áudio para o governador reclamando do tratamento dado a Criciúma. Informou que havia solicitado audiências e que pleitos para a cidade não haviam sido atendidos. Salvaro enfatizou que o governador não estava presente no dia a dia da cidade e queria uma vitória política e disse lamentar a situação.

Salvaro também adiantou que nesta quinta-feira (31), assim que foi informado da decisão unânime da justiça por sua volta à prefeitura, ligou para o prefeito em exercício, Ricardo fabris (MDB) 

“Ja tomei a primeira providência. Assim que tive conhecimento do julgamento por três votos a zero  pelo Tribunal de Justiça liguei para o prefeito e informei que gostaria que ele entregasse a prefeitura como ele assumiu. Sem comprometimento com a folha, sem gastos. Amanhã espero que ela esteja assim”, resumiu.

A posse de Clésio Salvaro será nesta sexta-feira (1), no Paço Municipal.

 Ao ser questionado se concorda com a forma de governo adotada pelo vice, Salvaro completou: “ Não, eu concordo com a minha forma trabalho. Eu fui eleito, quero sair pela porta da frente e quero passar para o meu sucessor no caso o Vaguinho, a faixa da prefeitura”.

O prefeito também avaliou que caso sua prisão não tivesse ocorrido, o candidato apoiado por ele nas eleições, Vagner Espíndola, o Vaguinho, teria sido eleito da mesma maneira e com mais votos.

“O Vaguinho faria mais votos se nada disso tivesse ocorrido ate porque quase 90% da população de Criciúma aprovava e continua aprovando o nosso governo ele é um gestor entende de gestão está preparado”, concluiu.

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