Em roteiro pelo Sul, o pré-candidato ao Governo de Santa Catarina pelo MDB, empresário Antídio Lunelli levantou a bandeira da privatização de empresas públicas como a Casan e a Celesc. Na entrevista que concedeu ao blog, Antídio alfineta o Governador Carlos Moisés da Silva, do Republicanos, afirmando uma “gestão de quatro anos olhando para o umbigo”, e prevê que após o prazo para o repasse de recursos, em julho, o cenário político deve mudar em Santa Catarina. Lunelli também falou da conversa que teve nesta semana com o Esperidião Amin, do PP. Ao ser questionado sobre a possibilidade de coligação entre o MDB e o PP no estado, Lunelli desconversa, mas não deixa de enaltecer Amin como político e o chama de “nosso senador”.
O sr tem citado como uma de suas bandeiras estudos para a privatização da Celesc e da Casan. Como é o plano?
Nós temos o exemplo em Jaraguá do Sul, onde temos a parceria da iniciativa privada com o setor público. Isso tem dado resultados excelente e eu vou citar um exemplo. Nós temos lá nossa sociedade de cultura artística, um grande teatro, formação de crianças na área de cultura, tanto da música quanto da dança. Mas o que quero dizer é que a nossa Scar em Jaraguá do Sul ela certamente deve custar no máximo 10% daquelas que são totalmente públicas. Então nós defendemos muito a questão da integração do setor privado, produtivo junto com o público.
Seria então uma Parceria Público Privada…
Parceria Público Privada…
E seria somente Celesc e Casan ou mais alguma empresa?
Nós teríamos que rever todas as empresas públicas. Porque o que acontece: nós temos um problema seríssimo, que a maioria das empresas públicas entregam um serviço muito ruim para a nossa população. Eu digo por exemplo quando me refiro à Celesc que é totalmente ineficiente para a nossa população e estava com o que? Preocupada com seus dividendos para distribuir o lucro para seus acionistas. Então nós precisamos olhar isso com muito carinho, que é o que está acontecendo com a Petrobras. Veja a situação do Petróleo. Nós tivemos um aumento pelo menos de 70% de um ano para cá e uma incidência de 25% de ICMS. O caso da energia elétrica, do nosso gás de cozinha. Naturalmente que com isso tudo o estado encheu os cofres. A suspensão do pagamento da dívida pública com a União em função da pandemia.. Então são situações que precisamos rever. Somos da gestão administramos os números fortemente seriamente.
O sr acha que o governo atual não fez isso?
Esse governo é um governo conturbado nos primeiros dois anos e aqui quero deixar claro que se defendia e se falava muito da nova política. A nova política dois anos: um governo que fica governador, sai governador, impeachment, aquela situação toda. O que aconteceu? Teve que fazer acordos para que o governo não caísse. Então, a política ela é fundamenta, não existe nova política e velha política. Existe a boa política que nós precisamos resgatar. O que aconteceu. A falta de grandes projetos e investimentos para Santa Catarina que ficaram para trás, que é o que nós defendemos e hoje está havendo uma pulverização, uma distribuição através de emendas parlamentares para todos os deputados que fazem parte da Assembleia. Eu diria o seguinte: até ali, tudo bem, não tem problema até porque os municípios precisam de dinheiro mas o nosso questionamento: e os grandes projetos do estado? Precisamos fazer uma gestão olhando para o futuro e não simplesmente uma gestão de quatro anos olhando para o umbigo transferindo problemas para debaixo do tapete.
O sr apresenta propostas e tem planos mas dentro de seu partido o sr tem dificuldade para consolidar sua candidatura. Como o sr vai reverter isso?
O nosso partido , o MDB. Já fala: Movimento Democrático Brasileiro. É um partido sem dono, sempre tivemos turbulências, porque é um partido muito grande, um partido de 56 anos onde temos alas esquerdistas, o centro, que é a vai mestre do nosso partido, e a ala da direita, cetro-direita onde eu me coloco. Tive inúmeras propostas para deixar o nosso partido, para ser dono de um partido, onde você manda, indica esse aquele inclusive com recursos. Não saí e não saio. Porque eu sou altamente democrático. Somos da época da Arena e do MDB. O MDB sempre representou os pobres, os descamisados, os operários, os menos assistidos. Esta é a veia mestre do nosso partido. Então, isso que está acontecendo tem data para acabar.
Quando?
Dia 2 de julho.
Por que?
Porque acaba. Você não tem mais como transferir recursos. Acabou!
O sr quer dizer que quando o governo do estado não conseguir mais transferir recursos para os prefeitos muda o cenário…
Muda o cenário totalmente. Como é que um candidato nosso vai apresentar o seu santinho com o seu nome com o “15”, e atrás, ele vai apresentar o que? As nossas bases querem renovação e candidatura própria e que o MDB seja protagonista. Isso que nós representamos.
O sr vê quem como parceiro nessa empreitada. Quais partidos?
Hoje todos os partidos têm pré-candidato e todos estão trabalhando até o dia 5 de agosto, quando será o fechamento de coligações e tal. Mas nós conversamos bem com todos os partidos. Todos que têm alinhamento com nossos pensamento e com o nosso partido. Mas eu diria para você que não temos simpatia ou não faz parte, governos de esquerda.
Nesta semana o sr esteve nesta semana com o senador Amin. Ele faz parte desse alinhamento? PP e MDB?
Em jaraguá do Sul, o PP e o MDB são parceiros. Nós andamos juntos, trabalhamos juntos.
Mas isso pode se repetir no estado? O sr vê?
Não. O que acontece é o seguinte: o senador Amin é um grande senador, um grande político, um gentleman, um homem que sempre me corrige eventualmente em alguma declaração que talvez eu não tenha o conhecimento profundo. Ele me telefona e sempre me tratou e recebeu muito bem. Então como eu converso com todos, outro dia nosso senador ele disse assim: Ô Antídio eu vi na imprensa que você conversa com todos mas não veio aqui em casa tomar um cafezinho comigo. E na segunda-feira quando eu estava retornando de Florianópolis e combinamos um café. E fomo lá tomar um cafezinho com o nosso senador Esperidião Amin. Eu acabei de vir agora do nosso prefeito Clésio Salvaro.
O PSDB pode ser um parceiro?
Certamente ..
Mas isso entrou na conversa que o sr teve com o prefeito Salvaro?
Conversamos também. Existe uma afinidade muito grande em MDB e PSDB. Existe. E vou lhe dizer uma coisa: eu sou fã do nosso prefeito Clésio Salvaro, nóis temos uma forma de trabalhar muito parecida. Eu o respeito em todas as entrevistas que eu dou na região sempre falo do prefeito Salvaro.
O cenário nacional. Simone Tebet está despertando como pré-candidata à presidência pelo MDB. O sr é Simone Tebet ou é Bolsonaro?
A polarização não faz bem para ninguém. Hoje nós temos um governo de direita, um presidente de direita e um pré-candidato de esquerda. Existe um alinhamento, talvez, porque precisamos saber como vai funcionar, entre MDB, PSDB e Cidadania. Quero dizer que sou um homem partidário, de convergência, de agregação e eu diria que o ideal sempre é o centro. Porque eu gosto de falar que quando temos uma enchente, ela vai prejudicar tanto a margem direita quanto a esquerda do rio. E é esse o foco central que precisamos ter um governo de centro em nosso país, um governo de equilíbrio, onde que se coloca o MDB e o PSDB também. Se houver um acordo, um acerto e a Simone Tebet for candidata pelo MDB, eu vou respeitar o. Nosso partido. Agora, nos extremos, na polarização, eu sou Bolsonaro.