Durante a Hemp Fair, realizada em São Paulo, o deputado estadual Sérgio Guimarães (União) elevou as discussões sobre o uso da cannabis medicinal, em Santa Catarina. A feira, que é considerada a maior das Américas e que reuniu representantes de cerca de 30 países, recebeu o parlamentar catarinense para uma mesa de discussões com autoridades no assunto. Guimarães defendeu a humanização do tema.
Na ocasião ele apresentou um vídeo com resumo de depoimentos coletados em Florianópolis e que dimensionam a rotina de quem usa o canabidiol para tratar diversas doenças. Durante a fala, o parlamentar lembrou que ele não é técnico e que há necessidade do poder público ter essa sensibilidade. “Eu abracei essa causa por perceber que muda a vida das pessoas e que é uma questão de saúde pública oferecer o método como alternativa de tratamento.” Destacou.
Guimarães também elencou alguns desafios a serem superados. Para ele, não é aceitável o Brasil permitir a venda de canabidiol trazido do exterior, mas não autorizar comercialização do que é produzido em território nacional. Chegou a questionar a discrepância entre os valores do importado e os remédios produzidos no Brasil. “Pobre não pode ter acesso ao medicamento quando você autoriza a venda de um importado a R$ 3 mil, mas não o que é produzido por uma associação brasileira a R$ 200.”
Em Santa Catarina, pelo menos 10 associações lutam contra restrições para trabalhar e fornecer o medicamento aos cerca de 15 mil pacientes catarinenses. O funcionamento assegurado por liminar possibilita que vidas sejam salvas. Já no País, os números são surpreendentes. Atualmente, cem entidades estão registradas e fornecem canabidiol para mais de 200 mil pessoas.
Ainda durante a feira, Guimarães reforçou a importância dos grupos se unirem em prol de ampliar ainda mais as discussões. O deputado ressaltou também a instalação da Frente Parlamentar em defesa do estudo científico sobre a cannabis medicinal, em Santa Catarina e reforçou que o grupo de trabalho vai atuar junto ao Parlamento Catarinense para auxiliar na formulação de projetos de lei sobre o assunto e ainda fortalecer as três propostas legislativas que já tramitam na Assembleia Legislativa.
“Estamos muito atrasados sobre isso e precisamos avançar já que não podemos esperar precisar para fazer algo.” Pontuou.