Diferente de outros anos, quando o dissídio dos servidores teve protestos mas o governo municipal conseguiu aprovar com certa tranquilidade com a base na Câmara, neste, a previsão é que se não houver mudanças na proposta apresentada, ela pode ser rejeitada. O reajuste de 4,36% relativo ao INPC não é satisfatório mas o projeto passaria não fosse outro ponto polêmico e que atinge em cheio a carreira do magistério.
Trata-se de mudança no estatuto que retira o “Professor 2” e reduz o percentual que o professor tem direito na progressão de carreira. Diante do impasse e divididos entre ser base do governo e também poder ter a pecha de algozes dos magistério, os vereadores puxaram o freio de arrumação na sessão desta terça-feira e transferiram a análise do Projeto de Lei 51, que trata do dissídio e da mudança na carreira.
A proposta sequer foi colocada em pauta mas, não passou também pelo crivo de três das cinco Comissões da Câmara. Na de Educação, duas professoras, Roseli de Luca, da rede estadual e Geovana Zanette, da rede municipal, que são do PSDB, mesmo partido do prefeito, não avalizaram a mudança para o magistério.
Além da Comissão de Educação, o “Projeto 51” emperrou na Comissão de Fiscalização e de Obras. A de obras tem como presidente Obadias Benones(Avante) e vice Márcio Darós da Luz (PSDB). A de Fiscalização, tem como presidente Manoel Rozeng da Silva (PP) e como vice, Nicola Martins (PSDB), ou seja, as duas comissões estão sob o comando de integrantes da base do prefeito Clésio Salvaro.
A Comissão de Constituição e Justiça optou pela legalidade e constitucionalidade e a Comissão de saúde teve pedido de vistas da relatora, a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB). Ela tem uma semana para apresentar seu parecer sobre o projeto.
A expectativa agora é que o dissídio dos servidores vá a plenário na próxima segunda-feira mas é corrente entre vereadores não ser uma boa idéia aprovar o projeto 51 se não houver mudanças.