Em Criciúma, pré-candidato ao Governo pelo MDB alfineta Moisés: " Dinheiro não dá em árvore" - Karina Manarin

Em Criciúma, pré-candidato ao Governo pelo MDB alfineta Moisés: ” Dinheiro não dá em árvore”

O pré-candidato ao Governo de Santa Catarina pelo MDB, Antídio Lunelli, deixou claro na entrevista que concedeu ao blog, sua distância do Governador Carlos Moisés, quando o assunto são as eleições deste ano. Ele questionou a fórmula adotada pelo atual governo, de “distribuir dinheiro” e de não um “planejamento para o estado”. “Muita gente acha que o dinheiro do setor público não acaba nunca. É mentira”, alfinetou.

O prefeito de Jaraguá do Sul, que se licenciou do cargo para percorrer uma parte do estado nesta semana, previu ainda que dificilmente Moisés se filia ao MDB, informou que não se vê num possível palanque de Lula e antecipou que o sentimento no MDB é que de fato o senador Dário Berger deva deixar o partido.

Na entrevista, Antídio também citou partidos para uma possível aliança. Na região de Criciúma, além de participar de evento com correligionários e apoiadores, Antídio visitou nesta terça-feira, alguns empresários. Nesta quarta-feira ele continua o roteiro, que inclui visita ao prefeito Clésio Salvaro.

 O sr retirou uma semana de licença para percorrer o estado em prol de sua pré-candidatura. Uma semana é suficiente para consolidar a pré-candidatura? Qual é o plano?

 Eu já fiz um roteiro por Santa Catarina, passando pelas 26 regionais, junto com nossos outros dois pré-candidatos. Eu tirei essa semana, iniciando em Joinville, no norte catarinense e estamos passando pelo sul. Estivemos em Florianópolis, Tubarão, aqui em Criciúma e visitamos algumas empresas também para conversar com nosso pessoal da base e colocarmos nosso posicionamento. Porque precisamos apresentar, e o sentimento da base do MDB é pela renovação e nós representamos essa renovação.

 Existe uma tese de algumas lideranças do MDB de levar o Governador Moisés para o partido. O sr está ouvindo a base. O que a base diz sobre isso?

 A base defende que nosso partido tenha candidato próprio e que sejamos protagonistas.

 

Mas o Governador seria protagonista se fosse?

 Para o MDB? Eu acredito que o Governador não deva vir para o MDB, pelo menos é o sentimento, é o que temos ouvido, porque ele gostaria de estar em um partido pequeno. Sabemos que existem diversas conversações, principalmente com o Avante. Mas ele precisa, ele quer o apoio do MDB. Eu estive duas vezes com o nosso governador, ele esteve conosco em jaraguá do Sul, eu estive com ele em Florianópolis e ele quer o apoio do MDB e as duas vezes que estivemos juntos, ele disse que isso também passa pela minha pessoa. Mas eu não sou o presidente do partido, nós temos também nosso pré-candidato o senador Dário Berger e eu sempre recomendei ao governador que isso é uma decisão de partido, porque nós fazemos política partidária. Nosso partido se chama Movimento Democrático Brasileiro e dentro desse princípio é que nós estamos trabalhando. Acredito que a nossa base queira ter candidatura própria e acho difícil que o governador venha a integrar o nosso partido porque a partir do momento que ele vem para o MDB ele acredita que vai fechar as portas com outros partidos. Por isso a ideia talvez do nosso governador de estar em um partido pequeno e conseguir conciliar com demais partidos seja o MDB, o PP, o PSD e assim por diante… Podemos….

 Para concorrer ao governo do estado o sr tem até o dia 2 de abril para renunciar a prefeitura. O sr estabeleceu um prazo para definir essa questão antes dessa data? 

 Eu acredito que essa nossa reunião que teremos no dia 19 de fevereiro com o nosso diretório terá a decisão definitiva. Por isso que estamos fazendo nosso trabalho também junto a base, porque acreditamos que nossa base quer a renovação. E dentro do nosso partido hoje, dos candidatos que se apresentam, o que mais representa a renovação no nosso partido, nesse momento, sou eu.

 Nessa reunião do dia 19 vão acontecer as prévias?

 Deveria acontecer né? Agora o nosso senador Dário ele tem colocado o sentimento de eventualmente sair do partido e ir talvez para o PSB e ser um candidato talvez mais da linha da esquerda. O nosso partido é um partido de centro e eu particularmente me coloco num centro-direta. Se tiver as prévias também estamos disputando democraticamente sem problema nenhum. Aquele que vencer será o candidato do partido.

 Qual a aliança o sr idealiza para as eleições deste ano?

 Eu não tenho nada definido mas gostaria do União Brasil, PSD, PSDB, Podemos  e mais alguns talvez.

Dentro do MDB, qual o sentimento em relação ao Dário. Ele sai ou ele fica?

O sentimento que existe é que o senador Dário Berger deva deixar o nosso partido. Ele gostaria de ser declarado como o candidato do nosso partido, até como senador, pela história que ele tem de vida política… mas não é o sentimento da base hoje. Por tudo o que nós temos visto. O nosso presidente Celso e quero aqui fazer um destaque, que durante dois anos trabalhou incansavelmente em todos os cantos do nosso estado de Santa Catarina,  elevando  o nome do nosso partido e trabalhando e lutando para que nosso partido tenha candidatura própria.

 Existe muita movimentação também em âmbito nacional e o MDB parece se aproximar do PT. O sr estaria preparado para subir no palanque do Lula?

 O MDB tem a Simone Tebet, que deverá ser a nossa  candidata à presidência. Se ela for a candidata eu naturalmente farei campanha para a candidata, do nosso partido, o MDB. Então precisamos ver o que vai acontecer ali na frente. Mas mesmo com a possível aliança, que hoje vemos como muito improvável, não me vejo no palanque do Lula. Veja bem, eu sou uma pessoa muito simples filho de agricultor, criado na roça, fui empregado, hoje empresário, que completou a nossa empresa 40 anos no dia 1 de outubro, e fui dar a minha contribuição para com o nosso município fazendo uma grande administração, uma grande gestão e defendo muito a aproximação a união entre o setor público e a iniciativa privada.

 De que forma prefeito?

De uma forma onde nós temos que ser mais leves. O setor público tem que ser parceiro de quem empreende, de quem gera emprego e renda, de quem faz a riqueza do nosso município, do nosso estado e do nosso país e nós não vimos isso nas últimas décadas. As pessoas que geram emprego, que fazem a economia funcionar, são olhadas de uma forma diferente. Somos a favor da livre iniciativa, com geração de emprego e renda. Quanto mais oportunidade nós tivermos, mais empregos nós temos, mais ofertas de emprego, mais salário que é o que nós precisamos hoje. E nós estamos passando por uma situação muito difícil. Veja o caso por exemplo da energia elétrica, dos combustíveis, do gás.. Nós temos 25% de imposto de ICMS em cima. E estou falando de uma classe média que hoje tem dificuldade até para pagar a energia elétrica. Será que não é momento de nós revermos as situações, do tamanho do nosso estado, do setor público?

 Mas a que os sr exatamente se refere? É uma crise mundial ou é culpa também dos governos?

 É uma crise mundial mas da forma como estamos fazendo hoje nosso estado por exemplo, está com caixa forte, está distribuindo dinheiro para todos os nossos municípios e nossos deputados. Ok. Mas qual o grande projeto que existe para o estado de Santa Catarina? Dinheiro é coisa séria gente. Esta conta ela vai vir. Nós teremos que pagar. Então nós que somos industriais, nós que fomos empregados, nós que somos colonos ainda hoje, temos que ter visão de futuro, um planejamento. Não podemos simplesmente porque temos um bom caixa, sairmos distribuindo dinheiro aos quatro cantos…

 O sr faria o que?

Eu faria certamente um grande planejamento para o estado de Santa Catarina de fazer um investimento nos moldes que ainda hoje nós estamos vivendo da época do nosso grande governador Luiz Henrique da Silveira que tinha uma visão mundial das coisas. Ainda hoje estamos sendo beneficiados com isso. Santa Catarina é o melhor estado do Brasil? É e tem um povo ordeiro e trabalhador ,mas eu tenho certeza que podemos muito mais. Eu tenho certeza que podemos fazer muito mais com planejamento, Dinheiro é coisa séria, não dá em árvore. Muita gente acha que o dinheiro do setor público não acaba nunca. É mentira. Eu aprendi com meu saudoso pai que nós temos que cuidar muito bem do nosso dinheiro mas quando ele não é nosso, temos que cuidar no mínimo dez vezes mais. Então eu penso dessa forma, eu administro dessa forma, a nossa empresa funciona assim, sou filho de colono, continuo sendo colono. Não estou aqui falando de ninguém, mas é o cara que esteve dos dois lados do balcão. O cara que sabe o que custa gerar emprego, pagar imposto, gerar riqueza.. que pegou no cabo da enxada e sabe o que custa você construir e fazer que as coisas funcionem. 

 

Mais Vistos

Receba notícias diretamente no seu Whatsapp!

Entre no grupo do Whatsapp pelo link público.