Em seu segundo mandato como deputado federal, o criciumense Ricardo Guidi assume na próxima segunda-feira a Secretaria de Meio Ambiente e Economia Verde no Governo de Jorginho Mello (PL). Na entrevista que concedeu ao blog, ele resumiu planos para a Secretaria como as Parcerias Público Privadas para Parques em Santa Catarina e admitiu que participar da atual administração tem a ver com seu projeto de disputar a prefeitura de Criciúma em 2024.
Apesar de afirmar grande possibilidade de o PSD, seu partido, estar com o PL em 2024 o deputado e futuro secretário titubeia quando o assunto é a presença de Júlia Zanatta e Clési0 Salvaro no mesmo palanque: ” Porque não? Se PL e o PSD estiverem juntos. Aí teria que conversar com eles. É algo que ainda não entrou na pauta”, respondeu.
Confira a entrevista na íntegra:
Na próxima segunda-feira o sr assume a Secretaria de Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina. Enumere dois projetos que o sr tem para realizar na pasta:
Uma das ações importantes que queremos desenvolver é criar um plano de Desenvolvimento do Sul de Santa Catarina com base no Plano e Transição Energética justa, que é uma lei que já aprovei em Brasília para que tenhamos um plano de transição para uma economia com emissão de baixo carbono, que está previsto dentro da lei de Transição energéticas nós precisamos criar um plano de desenvolvimento. Isso é uma das ações que temos que implantar na secretaria.
Isso é o que falta para que se coloque em prática essa lei?
Exatamente. Nós queremos criar esse plano.. outra coisa que vamos trabalhar é que em Santa Catarina temos dez parques todos com uma fauna e flora muito bonita. Então aproveitar toda essa beleza, fazer parcerias público privadas para abrir parques à visitação. Isso é muito comum em países europeus, eu estive lá recentemente e a gente vê parques na Croácia, na Eslovênia, com milhares de pessoas visitando e isso além de impulsionar o turismo, vai gerar emprego, renda e vai criar uma conscientização ecológica naqueles que vão visitar. Porque você só defende e protege aquilo que você conhece. Então criar um plano também para parcerias é algo que queremos fazer na secretaria.
Hoje, esses parques em Santa Catarina funcionam como?
Hoje eles existem. São delimitadas as áreas do parque, mas não existe um aproveitamento dessa área com visitação na maioria dos casos.
Por exemplo, qual parque?
O primeiro que vamos fazer agora, inclusive já estive conversando sobre isso, é o parque estadual da Serra Furada que é ali em Orleans onde devemos assinar em breve o decreto para liberar a licitação para ver quem poderá pegar esse parque. Tem muitos outros, tem o Parque estadual da Serra do tabuleiro, são dez parques que têm em Santa Catarina, que temos que fazer o plano, o estudo, para ver o potencial deles, para que possamos fomentar o turismo e a conscientização ecológica nas pessoas.
O sr é deputado federal reeleito e recebeu um convite do Governador Jorginho Mello para assumir essa secretaria. Em que momento e porque o sr decidiu aceitar?
Eu e o governador fomos colegas do Fórum Parlamentar catarinense. Ele como senador eu como deputado federal, sempre tivemos um convívio bastante positivo, troca de ideias, ele fez um bom trabalho como senador eu acredito que também fiz um bom trabalho como deputado federal, a própria lei da transição energética justa é uma grande ideia do nosso mandato. E numa reunião da qual participou o deputado federal Darci de Mattos, o deputado federal Ismael dos Santos a deputada federal Júlia Zanatta, o governador me fez um convite. Fiquei muito honrado mas pedi um tempo para avaliar e dentro disso avaliei se nessa secretaria poderia trazer coisas positivas para Santa Catarina e para a região sul que a gente representa. Então conversando com técnicos, empresários, lideranças políticas a gente chegou a conclusão que seria importante o próprio plano de desenvolvimento, vinculado ao plano de transição energética é algo importante para ser levado adiante, ela questão dos parques, agilizar claro que dentro da lei, licenciamentos principalmente em áreas de interesse público e nisso quero trabalhar em conjunto com a Defesa Civil por exemplo porque nós não podemos trancar as vezes o desassoreamento de um rio, que está causando enchentes por conta de dificuldades que não existem.
Quando o sr anunciou que assumiria a Secretaria de Meio Ambiente, o PSD, seu partido emitiu uma nota deixando claro ser essa uma decisão pessoal sua, e não do partido. Ela decisão sua o aproxima do governador Jorginho Mello, que é do PL. O sr fica mais próximo ao PL?
Olha quando eu recebi o convite recebi junto com a bancada federal do PSD que me deu total apoio, me estimulou a aceitar inclusive né? Eu conversei com o presidente Eron, presidente estadual do partido, ele me disse que seria um convite pessoal e não o partido estaria ingressando, que não teria problema mas que se iria emitir uma nota neste sentido. Acho natural da parte dele, sem dúvida nenhuma. Tem muita gente dentro do PSD que me apoiou nessa decisão, muitos mesmo e vejo com tranquilidade. Normal.
O sr não se vê afastando do PSD assumindo essa secretaria?
Não, não é esse o objetivo, muito pelo contrário.
O fato de o sr estar na secretaria também o aproxima de Criciúma. O sr inclusive citou no início da entrevista de um projeto na secretaria que é para a região sul. Isso quer dizer que o sr continua pré-candidato a prefeito de Criciúma?
Sem dúvida nenhuma. Sou pré-candidato, claro que estar em Santa Catarina nos aproxima muito, uma viagem a Brasilia que fazíamos semanalmente era sempre oito horas para ir e oito para voltar. Agora estou há duas horas de Criciúma então fica muito mais fácil estar presente aqui, devolver trabalhos vinculados à nossa cidade e à nossa região e aí claro que aproxima do governo do estado. Eu vejo isso de maneira muito positiva, inclusive dentro desse projeto de disputar uma eleição municipal. Ter o apoio do PL é muito importante. O PL tem três deputados na cidade, sendo dois federais e um estadual. E tem toda força que o governo do estado tem. Mas não é importante só para ganhar a eleição. Esse período que eu estarei no governo do estado é importante também para caso a população criciumense me dê a honra de governar o município, eu também estreitar laços junto ao governo do estado. Ter uma relação mais próxima de todo o secretariado e do próprio governador. Então, isso também, foi pesado. Eu vim da iniciativa privada então eu tinha experiência na iniciativa privada. Depois eu entrei na política como deputado estadual e já na minha segunda eleição fui deputado federal e agora reeleito então tenho experiência no Legislativo mas ainda não tinha uma experiência no executivo que eu acho, vai ser bastante positivo nessa caminhada para chegar a prefeitura.mas muito mais que chegar e ganhar, para fazer um bom mandato, um grande mandato assim como meu pai fez. Eu tenho certeza que muita gente vai querer comparar como meu pai. Eu ouço muita gente falando que se fizer “x” por cento do que o Altair fez está muito bom. Isso é um compromisso muito grande porque foram mandatos que transformaram Criciúma em vários sentidos.
E qual seria sua primeira obra se o sr fosse prefeito de Criciúma?
Olha acho que tem várias ações, nunca pensei nisso ainda em primeira obra. Acho que é muito cedo para isso, temos que discutir a eleição municipal muito mais no ano que vem que ;e o ano eleitoral que agora…
Pergunto isso porque o sr falou de seu pai e das obras que ele fez então o que o sr vê como prioridade para Criciúma hoje?
Eu vejo que tem inúmeras prioridades. O Anel Viário precisa ser modernizado, revitalizado, em alguns trechos tem que ser duplicado. Isso precisa de uma parceria com o governo do estado porque é uma obra cara. Mas é algo que precisamos começar a trabalhar. Se não começar a trabalhar já, isso vai demorar muito mais tempo para acontecer e a gente Tem que ver quais os principais gargalos no Anel Viário, onde tem mais movimento. A gente vê aquele trecho entre o quartel e Içara muito movimentado, da mesma forma o trecho que liga Içara até a Linha Batista, onde há muitas indústrias instaladas. São muitas ações. Acho que tem que avaliar de maneira junto a um plano de governo que vamos estar discutindo mais a frente.
O sr vê o PSD e o PL juntos na eleição de Criciúma em 2024?
Vejo grande possibilidade sim. Acho que tem uma proximidade muito grande, tem uma vontade muito grande de muita gente no PL e de muita gente do PSD então vejo isso como bastante possível.
O sr se vê candidato a prefeito no PSD neste cenário da entrada do prefeito Clésio Salvaro e ele com um candidato que é o Arleu, que deve também se filiar ao PSD? O sr considera que o PSD vai conceder ao sr essa vaga de candidato?
Foi feito um acordo e eu acredito em acordos e tem todas as garantias possíveis que o candidato do PSD será aquele que estiver melhor nas pesquisas. Eu acredito nas pessoas, acredito no que é combinado e se eu for o candidato me sinto preparado, as pesquisas mostram que tenho uma viabilidade muito grande. Quando eu ando na rua vejo isso também de maneira intensa, inúmeras pessoas me estimulando a ser candidato. Se eu estiver no momento correto, estiver melhor nas pesquisas com certeza o partido quer ganhar a eleição, não quer entrar para perder. Então, não tenho dúvida que o candidato do PSD vai ser aquele que tiver melhores condições de ganhar a eleição.
Nas eleições de 2020, Criciúma assistiu as um embate entre a atual deputada federal Júlia Zanatta, presidente do PL de Criciúma, que disputou a prefeitura, com o prefeito Clésio Salvaro. O sr vê então Júlia Zanatta e Clésio Salvaro no mesmo palanque em 2024?
Olha daí eu acho que tem que perguntar para eles..
Mas o sr disse que vê o PSD e o PL juntos em Criciúma em 2024..Então o sr enxerga a Júlia Zanatta e o Clésio no mesmo palanque, não?
Porque não? Se PL e o PSD estiverem juntos. Aí teria que conversar com eles. É algo que ainda não entrou na pauta.
Se o sr não for o candidato do PSD a prefeitura? O sr analisa a possibilidade de mudar de partido?
Eu não tenho avaliado essa questão de mudar de partido. É algo quer não está na minha pauta.
Então a sua intenção é ficar no PSD?
Sim, como tenho declarado inúmeras vezes em entrevistas inclusive.
Mas isso pode mudar? Em politica tudo muda…
Em política é comum ter disputas internas. O PSD não é o primeiro partido e nem vai ser o último que tem mais de um candidato. Eu acho inclusive que é muito salutar que o partido tenha mais de uma pessoa querendo disputar a eleição. E um partido grande como o PSD que tem um deputado federal, estadual, prefeito, vice, presidente da Câmara, vereador.. então você vê que é um partido grande. Mais que natural que existam disputas que haja mais de um candidato querendo participar do pleito.