Após 60 dias licenciado da cadeira de deputado estadual, Júlio Garcia retorna nesta segunda-feira à Assembleia Legislativa. Entre as principais lideranças políticas do estado, Garcia é também grande influência em seu partido, o PSD que protagoniza o cenário político para as eleições de 2024 com renovação e importantes filiações como a do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro.
Na entrevista que concedeu ao blog, o deputado revela como foram as conversas para a filiação de Salvaro, os compromissos assumidos e a fórmula para a definição do candidato a prefeito pelo PSD em meio a dois nomes fortes como o do indicado pelo prefeito e o do deputado federal Ricardo Guidi.
Sob o comando inovador de Eron Giordani e unindo na executiva também mulheres, o partido demonstrou recentemente em grande evento estadual que a organização para 2024 é prioridade. Tanto que além de Criciúma, apresenta pré-candidaturas fortes em grandes cidades de Santa Catarina como Chapecó, Florianópolis e São José além de alinhavar possíveis candidaturas majoritárias em Balneário Camboriú e Camboriú.
Na entrevista o deputado Júlio Garcia fala da possível filiação do ex-governador Leonel Pavan e sua filha Juliana e ilustra: “No PSD estadual nós não eliminamos os mais experientes mas damos oportunidades para que os jovens possam comandar o processo”.
CONFIRA A ENTREVISTA:
Preparação do PSD para 2024. Nós vimos há poucos dias uma grande reunião do partido com lideranças nacionais e observamos também pré-candidaturas nas maiores cidade de Santa Catarina, Como Florianópolis, Chapecó, São José e Criciúma que teve inclusive a filiação do prefeito Clésio Salvaro. Gostaria que o sr explanasse esse planejamento do partido para as eleições do próximo ano:
Eu acho que o mais importante foi nós termos percebido a necessidade de fazer uma reciclagem e o partido depois das eleições de 2022 se reuniu, avaliou o cenário passado e vislumbrou um cenário futuro. Detectamos que era preciso fazer uma reciclagem. Há uma mudança de geração na política de Santa Catarina e o partido que não acompanhar essa mudança de geração certamente vai ficar para trás. Como nós desejamos ter protagonismo em 2024, 2026 e assim por diante, nós fizemos essa reciclagem. Essa reciclagem começou pela mudança no comando do partido. O comando do partido hoje é exercido por um jovem, com muita experiência, muita qualificação e muito conhecimento político. Os demais membros da executiva vão na mesma esteira. Napoleão Bernardes, que é um jovem, deputado, ex-prefeito de Blumenau. O segundo vice-presidente é o Ricardo Guidi que também é um jovem. A secretária-geral é uma mulher, a Marlene. O Topázio faz parte da executiva. Tudo isso, em uma fotografia representa a reciclagem que nós planejamos entre a eleição e a nomeação da executiva, do comando do partido. Então eu penso que essa reciclagem, essa renovação ela propicia ao olhar da sociedade uma leitura de que no PSD tem espaço para o jovem, para a mulher, que desejem participar da política. Nós saímos do discurso, porque o discurso de todos os partidos são iguais: aqui tem vez para mulher, para jovem, para todo mundo.. na prática não é bem assim. Nós quisemos através do novo comando partidário, mostrar isso na prática. E é o que vem acontecendo, por isso que o partido cresceu e é o partido que fez filiações mais importantes nesse período pré-eleitoral. Exemplo: a vinda do prefeito Clésio Salvaro. Uma das maiores lideranças políticas de Santa Catarina, respeitado por sua história política e pela administração que realiza em Criciúma. Ele chegou no PSD com a possibilidade de um protagonismo em 2024 e em 2026, onde ele pode participar desse protagonismo compondo até mesmo uma chapa majoritária em que esteja o PSD.
Os comentários que saíram quando o prefeito Clésio Salvaro migrou ao PSD, foram sobre uma filiação muito rápida. Como aconteceu isso?
Ela foi rápida externamente. Internamente ela foi longa, foi demorada. Nós conversamos há muito tempo, eu mantenho com o prefeito Clésio uma relação muito próxima e sempre conversamos sobre a política estadual de um modo especial, uma vez que a política regional a gente vive o dia-a-dia. Trocamos ideias, conversamos quase que semanalmente e as nossas conversas foram evoluindo. O PSDB foi definhando a nível nacional e também tem dificuldades a nível estadual muito embora nós mantenhamos uma relação muito estreita com o PSDB mas de qualquer forma, qual a perspectiva do PSDB no Brasil e em Santa Catarina? E foi isso que o prefeito Clésio enxergou. Foi sobre isso que nós conversamos.
O sr falou na filiação do prefeito Clésio Salvaro com perspectiva para 2024 e 2026. Em 2024 em Criciúma, o prefeito não pode mais concorrer à reeleição mas ele tem um pré-candidato a prefeito. No seu partido já havia um nome, que seria o do deputado federal Ricardo Guidi. Como resolve isso, como converge isso lá em 2024?
Em 2022 nós disputamos a eleição e o Ricardo se elegeu deputado federal. Nós não tínhamos candidato a prefeito ainda. O Ricardo a partir de determinado momento entendeu que poderia ser candidato a prefeito. Não estava nos planos dele anteriormente e passou a estar. Com a vinda do Clésio o Arleu ainda é filiado ao PSDB em função da janela. Certamente vai se filiar ao PSD. Isso está mais do que combinado. Quem disser diferente não tá falando aquilo que foi combinado. O que está combinado é que quem tiver melhores condições para vencer a eleição será o candidato do PSD.
O sr fala em pesquisa?
Pesquisa, condições eleitorais. Pesquisa não basta você ver o número. Você tem que interpretar pesquisa. Muita gente faz pesquisa e não analisa, não interpreta. Mas é um dos meios pelos quais a gente avalia a possibilidade do candidato. Então nós vamos fazer uma avaliação no momento certo, para escolher o candidato a prefeito e o candidato a vice-prefeito. Mas isso nós vamos fazer de comum acordo, vamos fazer conversando como sempre fizemos e vamos escolher o candidato para ganhar a eleição. O que nós queremos é ter o protagonismo em Criciúma e vencer a eleição.
O sr falou que a decisão do PSD, de reciclagem no comando, ela surgiu também a partir de 2022, analisando o cenário. Em 2022, nós tivemos uma influência muito forte do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições. O sr acredita que isso vai acontecer também nas eleições municipais?
Eu acho que a influência na eleição municipal ela é um pouco menor. Ela existe. Tenho acompanhado pesquisas em diversos municípios e a influência existe. Mas não é do tamanho da eleição estadual porque o líder nacional na eleição municipal não disputa a eleição, ele não é candidato. Ele não sendo candidato evidentemente que o protagonismo é um pouco menor e a influência também diminui. Não há como negar que existe alguma influência. Se a influência fosse do tamanho da eleição nacional, certamente o resultado das eleições municipais passadas teriam dito diferentes.
O sr também falou que quando o prefeito Clésio Salvaro migrou para o PSD ele tem perspectiva para 2024 e 2026. Já existe algum acordo alinhavado para 2026? Porque não é segredo para ninguém que o prefeito Clésio Salvaro gostaria de compor em majoritária lá na frente…
Nós temos diversos nomes. João Rodrigues é um nome, Napoleão Bernardes é um nome, Topázio, se for bem na eleição municipal é um nome… E o Clésio está entre esses nomes, daquilo que nós vamos fazer em 2026. Então não há nada combinado. O que está combinado também para 2026 é que quem estiver em melhores condições para ganhar a eleição será o nosso candidato. Aqueles que estiverem melhores condições para compor a chapa majoritária serão os candidatos.
O deputado federal Ricardo Guidi tomou uma decisão que gerou uma nota do PSD enfatizando não ser decisão do partido mas isolada e pessoal dele. Trata-se da participação dele no Governo de Jorginho Mello. Como o PSD viu isso? Como afastamento do deputado do próprio partido?
Respeitando a decisão do deputado Ricardo Guidi, ele tomou uma decisão pessoal. Nós conversamos sobre isso, ele pediu a minha opinião, eu disse que não daria por se tratar de uma questão muito pessoal e ele tomou a decisão de tentar fazer um trabalho na secretaria para a qual ele foi convidado. O convite foi pessoal também do governador, não envolveu o partido e a gente tem que respeitar essas decisões. Quem vai dizer o que está certo e o que não está certo é o tempo e para isso a gente tem que ter paciência.
O sr acredita que ele possa migrar ao PL? O sr já ouviu falar sobre isso?
Não, não acredito. Ele tem me dito sempre que permanece no PSD e é grato ao PSD que ajudou ele em 2018 em dois momentos e ajudou ele também em 2022. Ele tem sempre demonstrado essa gratidão, o reconhecimento da oportunidade que o PSD deu para ele, nunca me disse ao contrário, ele permanece no PSD.
Quais partidos o sr vê como possíveis parceiros para a eleição de 2024 em Criciúma?
Eu acho que o PT não será parceiro do PSD, não é por razões pessoais, mas por razões outras das circunstâncias políticas. No mais acho que as lideranças locais é que vão estabelecer as parcerias. O PSD de minha parte está aberto para as parcerias que se apresentarem porque ideologia no Brasil não existe. O que a gente tem que pensar é em um grupo político que possa efetivamente liderar o desenvolvimento das cidades. No caso de Criciúma é a continuidade do desenvolvimento que já existe pela competência e pela administração que realiza o prefeito Clésio Salvaro e sua equipe.
Nessa linha de necessidade de desenvolvimento, de construção nós também ouvimos nesta semana a possibilidade de uma candidatura do ex-governador Leonel Pavan em Camboriú e da filha dele, Juliana, pelo PSD, meio que em dobradinha também em nome desse crescimento. Essa conversa para a filiação deles ao PSD existe?
Tem havido conversas, não tem decisão tomada ainda.Eu disse tanto para o Pavan quanto para a Juliana que a vinda dos dois representa exatamente aquilo que estamos fazendo no PSD. Traz a juventude da Juliana que é uma líder já, e a experiência do Pavan. É o que estamos aliando. No PSD estadual nós não eliminamos os mais experiente mas damos oportunidade para que os jovens possa comandar o processo. A vinda da Juliana representa exatamente isso. Desejamos a vinda de ambos assim como outras lideranças e a conversa está em andamento, não ha decisão, não posso antecipar nada.