O acidente com uma carreta de combustível seguida de explosão , que aconteceu neste domingo (6), tem saldo de 25 veículos incendiados.
O acidente aconteceu no Morro dos Cavalos, um dos mais emblemáticos gargalos da BR-101 em Santa Catarina e que há anos discute pautas parta melhorias no tráfego no trecho, sem sucesso.
Trata-se de uma das pautas de infraestrutura mais importantes do estado sendo a única ligação da região Sul com a Grande Florianópolis e norte do estado.

Veículos queimados na no Morro dos Cavalos neste domingo
O fluxo de veículos nesse trecho, sob responsabilidade da concessionária Arteris Litoral Sul inclui também percentual significativo de caminhões que transportam cargas, como a carreta que acabou explodindo neste domingo.
Em feriados como o fim de ano, o número aumenta ainda mais, o que provoca filas inclusive nos pedágios, como registrado nesta temporada de verão. A tendência é que o número aumente a cada ano.
No final de 2023 por exemplo, o registro da concessionária CCR Via Costeira, responsável pelo trecho sul e que não abrange o mOrro dos Cavalos, foi de mais de 2 milhões de veículos na BR-101, no trecho sul em dez dias. A época, a comparação com o ano anterior foi de 27% no aumento de veículos no natal e 30% no ano novo.
Afora o fato de tratar-se de um feriadão, não exclui-se aí a necessidade de uma discussão mais forte entre lideranças políticas e empresariais com pressão para que alguma providência seja tomada em relação ao Morro dos Cavalos.
Isso porque, devemos levar em consideração o a questão macro envolvida, como o grande número de caminhões de transporte que circulam no trecho, o que envolve também a economia alcançando inclusive o estado vizinho do Rio Grande do Sul.
O acidente registrado neste domingo é mais um alerta sobre o perigo registrado naquele trecho. Outro alerta importante já foi acionado por ocasião de uma queda de barreira que interditou o local por dois dias em abril de 2024. E essa não foi a única.
A época, levantaram-se políticos em busca de solução, sem resultado concreto que até hoje provocasse alguma mudança no trecho.
O deputado Mário Motta fez um levantamento sobre a situação do Morro dos Cavalos , que culminou em denúncia ao Tribunal de Contas da União. A denúncia foi aceita em agosto de 2024 e não se recebeu mais notícias sobre ela.
Até o momento, nada foi modificado no Morro dos Cavalos, que escreve mais um capítulo de uma história de tragédias. E caso não haja a união de lideranças por pressão para que sejamos de fato ouvidos sobre a necessidade de providências, outras infelizmente ocorrerão.
Veja o que diz a denúncia do deputado estadual catarinense Mário Motta:
O pedido foi feito porque desde 2013, após elaboração de relatório que identificou 27 passivos ambientais, ou seja, passíveis de risco, a Arteris é responsável pelas intervenções no local, o que inclui a realização de monitoramento.
No entanto, a classificação de risco das encostas, de maneira geral é feita apenas por inspeção visual.
Dos 27 pontos analisados, 21 foram classificados como risco 0 (quando o local está estabilizado, sem oferecer perigo para o tráfego) e 1 (o local encontra-se com ocorrência em estágio inicial, sujeito à intervenção a longo prazo – em até 5 anos). Na época, entre os pontos analisados, o 41 foi considerado como de risco 0, e o 28 de risco 1, justamente os locais onde ocorreram os deslizamentos em 2022 e 2024.
Diante do Relatório de Monitoração da Arteris, a ANTT decidiu excluir os valores que seriam destinados para obras de recuperação dos passivos ambientais do Morro dos Cavalos, já que, naquele momento, apresentavam grau de risco 0 ou 1. Com isso, dos R$ 42,9 milhões previstos inicialmente para a intervenção, R$ 37,7 milhões foram excluídos referentes aos 21 pontos com classificação de risco 0 ou 1.