Não acredito em fim mas em transformação, diz Daniele Rodrigues sobre mídia impressa - Karina Manarin

Não acredito em fim mas em transformação, diz Daniele Rodrigues sobre mídia impressa

A gerente de conteúdo da Agência F.Biz, de São Paulo, Daniele Rodrigues, expôs durante evento em Criciúma, sua experiência não somente atual em mídias sociais e marketing mas as vividas como gerente de Real Time da Coca Cola na Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.

No curso, em comemoração aos dez anos da Ápice 360° . Daniele destacou a importância da estratégia, com dados. Na entrevista que concedeu ao site, a profissional, que é também é jornalista por formação, destacou a importância do Jornalismo e avaliou ao ser questionada pela mídia impressa, que não acredita em fim mas em transformação. Daniele Rodrigues atende atualmente marcas como a Claro, NET e Jeep.

Você é jornalista por formação e escolheu trabalhar com o digital. Hoje, temos a discussão sobre quando termina o jornal impresso. Sua avaliação sobre a mídia impressa…

Eu não acredito em fim, acredito em transformação. Pensa o New York Times… um exemplo de jornal, ele se reinventou no digital. Ele continua tendo sua versão mas ele tem cada vez mais assinantes no digital, cada vez mais plataformas e ele não foi só uma transposição, ele trouxe outras coisas. Então acredito que vai ser um trabalho natural, de migração. Só que por exemplo, toda sua base que hoje compra seu impresso, você precisa ir educando ela e conduzindo ela para ir para o digital. Quando o impresso deixar de fisicamente acontecer, essa base já migrou, você continua com os mesmos leitores mas eles estão em outro ambiente. Então acredito o meio pode sim acabar, mas a audiência é migrável. Esse é o desafio dos veículos. E acho um desafio, inclusive para quem souber olhar para as áreas de publicidade  e RP para pegar táticas deles para contar essas histórias, sai na frente. Porque cada vez mais em comunicação social você diluiu as barreiras. Você tem obviamente quando no ramo da publicidade, vou contar histórias ficcionais mas não destoam tanto da realidade. Quando estou no jornalismo vou trazer muitos lados que de certa forma preciso trazer também isso na publicidade sabe? Um pode emprestar para o outro estando em caixinhas certinhas.

Sua avaliação da profissão de jornalistas hoje, com tantas mídias à disposição e principalmente de influenciadores que não são necessariamente jornalistas…

Acredito que o jornalista é o profissional que mais sabe contar histórias. Então eu falo que o que eu faço hoje é contar histórias, só que histórias ficcionais. Penso que o jornalista ele ganha um status, ele consegue… até mesmo nessa dificuldade que a gente tem, um público cada vez mais com dificuldade mesmo de interpretação de texto, o jornalista ele é um dos poucos que consegue informar essas pessoas. Ele tem um papel muito de transformação e ele tem que assumir esse papel de protagonista. Ok eu vou continuar tendo o blogueiro de viagem mas preciso ter o jornalista que também produz conteúdo de viagem, com toda essa técnica que ele traz, esse poder de apuração das coisas, principalmente sistematização de dados. Então eu vejo o jornalista que souber plugar na lógica de inteligência de dados de extração e dados, de por exemplo pensar em formatos diferentes… jornalista hoje ele precisa saber editar, fazer um infográfico, precisa entender formatos, formas de contar as histórias e chegar nas pessoas de um jeito mais acessível possível porque apurar ele já sabe. Olhar, investigar, ser curioso ele já é. Agora acho que falta a técnica. Mas para mim ele está na frente. Aprender a contar histórias é mais difícil. Aprender técnicas é mais fácil.

O facebook ainda é uma ferramenta eficiente para divulgação?

Nós temos que tomar um pouco de cuidado porque existe a nossa visão muito de bolha. Quando você está falando da classe mais elevada, C+, essa classe não está mais no facebook. Só que 90% da população tem internet lenta, absurdamente lenta, se informa sim pelo facebook, se informa pelo Whatsapp. Então não é um meio ultrapassado. Ele é um meio que consegue te entregar alcance com custo muito barato, só você precisa dar o devido peso a ele. Então se você quer trabalhar numa lógica que todo mundo tenha essa informação numa lógica real time, numa lógica cronológica, vai ser no twitter, não vai ser lá. Se você quer trabalhar reportagens imersivas, com vídeos e tal… você vai trabalhar foto legenda por exemplo, no instagram. Eu acho que o facebook tem um papel diferente hoje mas tem sua relevância. As redes para mim, elas tem algumas funções: podem ser fonte de pauta, podem ser caminhos para você divulgar o conteúdo que você fez e podem ser recursos para ajudar a contar sua história. Temos três funções das redes sociais no jornalismo e aí cada veículo  e cada profissional usa as três ou usa as que ele entende que faz sentido.

 

 

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