Enquanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, do PSL, era recebido na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, em Brasília, governadores de estados do Sul e Sudeste tratavam em Minas Gerais não somente da formação de um Consórcio, em busca de soluções conjuntas, mas de apoio fechado para a Reforma da Previdência.
O movimento soou como resposta à reunião dos nove governadores do Nordeste, em reunião na semana passada, que formou consórcio nos mesmos moldes mas apresentou certa resistência à Reforma, acrescentando apoio ao atual estatuto do desarmamento, sinal claro de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
As mudanças que Jair Bolsonaro prometeu para o Brasil, passam por Reformas, entre elas a da Previdência, e está clara a meta de colocar a matéria em plenário até maio. O encontro na casa de Rodrigo Maia, apesar do caráter informal, reuniu representantes dos maiores poderes do país: além do presidente da República e da Câmara, o do senado, Davi Alcolumbre e do STF, Dias Toffoli.
O alinhavo para a aprovação da Reforma já vira costura e encontra resistência ideológica já representada pelo Nordeste, com governadores em sua maioria de partidos de esquerda, a iniciar pelo da Bahia, Rui Costa, do PT, que assumiu o comando do Consórcio formado por lá.
O Nordeste foi a única região do país onde Bolsonaro perdeu para Fernando Haddad, do PT. Foram 30,3% dos votos para Bolsonaro e 69,7% para o petista. No Sul, Bolsonaro teve 68,3% e Haddad 31,7%. Está claro que a resistência, capitaneada pelo PT e PCdoB após o resultado das urnas em 2018, renasce no Nordeste.
Os governadores do Sul e Sudeste que se reuniram durante o fim de semana em Minas Gerais são dos mais variados partidos, entre eles Renato Casagrande, do PSB do Espírito Santo, que ideologicamente estaria mais “ligado” à esquerda. Há também filiados ao PSDB, PSC, Novo e PSL. Todos favoráveis à Reforma da Previdência proposta por Bolsonaro. Os governadores devem reunir deputados e senadores de seus estados para conversar sobre o assunto.
No grupo do Nordeste sobressai o PT, com quatro governadores, PCdoB, PDT, MDB com um de cada, e PSB com dois governadores.