Assessoria do senador Luiz Henrique da Silveira emitiu nota nesta tarde sobre a relação entre a Escola do Balé Bolshoi, em Joinville e a liberação da carne suína. Confira na íntegra a nota:
" O fim do embargo à venda da carne suína de diversos estados brasileiros ao mercado russo, anunciado nessa sexta-feira por Vladimir Putin a presidente Dilma em Moscou tem uma ligação direta com Santa Catarina.
Em primeiro lugar, como destacou o próprio presidente russo, o crescimento do relacionamento comercial entre Brasil e Rússia ganhou um novo impulso a partir da instalação da primeira filial da Escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia, em Joinville, há 13 anos.
Técnicos do governo brasileiro que acompanharam as negociações para derrubar o embargo da carne suína do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul não tem duvida de que o exemplo positivo de Santa Catarina serviu para quebrar resistências das autoridades sanitárias russas.
Os técnicos enfatizam que Santa Catarina perseguiu, durante anos, um modelo de excelência sanitária para atestar a qualidade de seus produtos agroindustriais. O estado conseguiu, em 2007, ser o primeiro o país a receber a certificação da Organização Mundial de Sanidade Animal como área livre de febre aftosa sem vacinação.
A partir daí, mercados que antes eram fechados a compra de carnes brasileiras (bovina, suína ou de aves), passaram a reconsiderar suas posições. O embargo à carne suína catarinense foi levantado, porém, em 2010, houve novo embargo, mas no ano passado tudo voltou ao normal.
Depois disso outros exigentes mercados, como o americano e o japonês, abriram suas portas para a carne suína catarinense, bem como para a bovina e para as aves. A certificação internacional ocorreu durante o segundo governo do então governador Luiz Henrique, que hoje integra a comitiva da presidente Dilma como senador e único representante do parlamente brasileiro. Também foi durante o governo de Luiz Henrique como prefeito de Joinville,em 1999, que o Bolshoi acabou decidindo se instalar na cidade catarinense.
“É claro que só foi possível alcançar um nível de excelência na agroindústria em nosso estado devido aos esforços de centenas de milhares de produtores, técnicos da Cidasc, Epagri, secretaria da Agricultura, pesquisadores das empresas, gente de governos de todos os partidos, que sempre se alinhou na mesma busca.
Não podemos esquecer que naquele momento da certificação, lá em 2007 em Paris, estavam presentes ex-secretários de todos os partidos e isso foi uma lição muito bonita. “Agora, o que também não dá para negar é que para quebrar o gelo dos exigentes russos, a presença de um ícone cultural deles, como o Bolshoi, entre nós, foi de extrema importância”, resumiu Luiz Henrique.
Na apresentação principal do Bolshoi russo com a presença dos chefes de estado dos dois países, Putin comentou entusiasmado o desempenho dos bailarinos brasileiros formados no Bolshoi de Joinville e que estão no corpo principal da companhia em Moscou. O diretor técnico do Bolshoi em Joinville, Pavel Kazarian, integra a comitiva oficial brasileira, a convite da própria presidenta, que considera da maior importância essa ligação cultural entre os dois países.
Em sua declaração à imprensa, após a cerimônia de assinatura de Atos com o Presidente Putin, a Presidenta Dilma Roussef, ressaltou, “no terreno cultural, o relacionamento entre a Rússia e o estado de Santa Catarina, que sedia a única escola aberta pelo Ballet Bolshoi no exterior. Ontem, tive a oportunidade de assistir no Bolshoi, o Lago dos Cisnes, onde, três alunos vindos do estado de Santa Catarina, da escola aberta pelo Bolshoi, em Santa Catarina, tiveram uma participação no espetáculo”,destacou.
O presidente do Instituto Bolshoi em Joinville, Valdir Stleglich, também está em Moscou acompanhando a missão da Confederação Nacional da Industria (CNI), composta por mais de 200 empresários de todo o pais, participando de rodadas de negociações de vários setores da economia, dispostos a aumentar o intercambio comercial entre Brasil e Rússia. A Rússia é hoje o país que mais compra carne suína brasileira, o segundo que mais compra carne bovina e o quinto comprador de aves."