Afora o fato de o deputado federal Esperidião Amin, do PP, ser além de colega de Câmara de Jair Bolsonaro, e amigo do presidenciável, a declaração de voto dele já no primeiro turno tem também o ingrediente político em Santa Catarina.
Até os “45” do segundo tempo, a época da formação das chapas para concorrer ao Governo do Estado, Amin tentou colaboração do PSDB, o que poderia tê-lo feito candidato ao Governo. Não conseguiu e foi surpreendido pela coligação dos tucanos com o MDB, seu maior adversário no Estado.
A época, a informação era que o MDB apoiaria a candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB, à presidência e toda a conversa passou também pelo Governador Eduardo Moreira, amigo pessoal de Alckmin.
Ontem, Amin ao abrir seu voto para Bolsonaro já no primeiro turno das eleições, foi cauteloso com a senadora Ana Amélia Lemos, que é de seu partido,o PP, e é vice na chapa encabeçada por Geraldo Alckmin. Disse que a respeita e que por isso não está ” em campanha pelo candidato do PSL”.
Ao mesmo tempo, lembrou que não tem compromisso com o PSDB , que em Santa Catarina aliou-se ao seu maior adversário. E finalizou: “Eu não estou em campanha por Bolsonaro e jamais vou hostilizar minha amiga querida, Ana Amélia Lemos, mas não tenho compromisso com o PSDB.
Ao optar pelo MDB construíram em Santa Catarina um muro com o material de construção e de demolição ficando do lado de lá”. No mar de políticos que tenta nesse momento surfar a ” Onda Bolsonaro”, apesar de Amin não estar com seu próprio partido, tomou decisão política com base em outras ocasiões.
Em 2002, o PSDB esteve com Luiz Henrique da Silveira, do MDB e em 2006, Alckmin esteve novamente com o então candidato do MDB no Estado. Por tudo isso, talvez a declaração de Amin a favor de Bolsonaro possa ser considerada “sensata”.
