O que é Basílica e o que muda no Santuário Sagrado Coração de Jesus com a elevação - Karina Manarin

O que é Basílica e o que muda no Santuário Sagrado Coração de Jesus com a elevação

Sete anos após sua instalação, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus em Içara torna-se a primeira Basílica Menor de Santa Catarina. 

O documento do Vaticano que elevou o Santuário a Basílica foi assinado pelo Papa Francisco no último dia 17 de abril e o anúncio oficial foi realizado pelo Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Flach, em coletiva na tarde desta segunda-feira (20). Além do Bispo, participaram o Reitor do Santuário, Pe Antônio Vander, o Pároco de Urussanga, Gilliard Gava e a prefeita de Içara, Dalvânia Cardoso.

A celebração da elevação do Santuário para Basílica está marcada para o dia 14 de setembro, dia da Exaltação da Santa Cruz, mas como o documento do Vaticano está assinado e já foi feito o comunicado, oficialmente o Santuário já é “Basílica Santuário do Sagrado Coração de Jesus”.  

De acordo com o documento da Congregação para o Culto divino e a Disciplina dos Sacramentos, as basílicas são igrejas dotadas de especial importância para a vida litúrgica e pastoral de uma diocese e, por isso, possuem “um particular vínculo com a Igreja de Roma e com o Sumo Pontífice”. O título de Basílica é o mais alto que uma igreja fora de Roma pode receber e apenas o Papa o pode conceder.

A Basílica remete a grandes construções e é símbolo de grandeza e de abundante riqueza espiritual. A Basílica aproxima ainda mais a comunidade do Vaticano, tornando-se uma espécie de embaixada ou mesmo a extensão da casa do Papa no local onde está instalada.

“Caso o Papa visitasse a nossa região, certamente faria uma celebração na Basílica. É um território como se ele estivesse em casa”, explicou durante a coletiva o Bispo Dom Jacinto.

No final do mês de dezembro de 2023, o Santuário concluiu o processo de entrega dos documentos ao Vaticano. O material contou com um memorial descritivo de todos os espaços, bem como a apresentação de cada uma das expressões religiosas em torno do complexo, desde imagens, vitrais e objetos litúrgicos. Outorgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o documento abordou ainda os critérios que levam um templo a receber tal reconhecimento, bem como suas obrigações.

Após a elevação, a Basílica também terá símbolos como a Umbella e o Tintinábulo . A umbella é o símbolo da dignidade da basílica e o Tintinábulo é um campanário utilizado em procissões usado para chamar atenção para a passagem dos cortejos da Basílica. A Basílica também utiliza O símbolo papal, isto é, “chaves cruzadas”, que pode ser exibido em estandartes, móveis e no selo da basílica.

Também pode haver mudanças na vestimenta do reitor ou responsável. No exercício do seu ofício pode haver sobre a batina ou o hábito religioso e a sobrepeliz, uma mozetta (capa curta que cobre os ombros) preta com debrum, botões e casas de botão vermelhos.

O Santuário Diocesano conta atualmente com várias celebrações durante a semana, realiza periodicamente casamentos e batizados. Além do templo principal em formato de cruz latina o complexo religioso abrange uma área de 13,5 hectares e é composto por outras igrejas, caminhos de oração, monumentos, campanário, convento e auditório.

“A dimensão do Santuário não pode ser compreendida somente no seu ambiente territorial, mas no espaço que ocupa no coração das pessoas, são muitos corações pulsando em sintonia com o coração de Cristo, uma força que faz jorrar esperança, alegria e coragem diante dos desafios”, pontua o Reitor, padre Antônio Vander.

Confira as datas que serão comemoradas a partir da elevação a Basílica:

Para tornar claro o particular vínculo de comunhão pelo qual a Basílica Menor se une à cátedra romana de Pedro, todos os anos devem ser celebrados com particular cuidado:

– a festa da Cátedra de Pedro (22 de fevereiro);

– a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de junho);

– o aniversário da eleição ou posse do Sumo Pontífice no supremo ministério pastoral.

Concessões vinculadas ao título de Basílica Menor

 O dia em que for anunciada publicamente a concessão do título de basílica a uma determinada igreja deve ser preparado e observado de forma festiva, com sermões apropriados, vigílias de oração e outras celebrações, todas ocorrendo não apenas nos dias imediatamente anteriores à proclamação do título, mas também naqueles imediatamente posteriores. Em todos estes dias, desde que não ocorra um dia litúrgico enumerado no n. I, 1-4 ou II, 5-6 da tabela de precedências das Normas Gerais do Ano Litúrgico e do Calendário, ‘ podem ser celebradas a Missa e a liturgia das horas do título da igreja ou do santo ou da imagem sagrada que ali é especialmente venerada; ou “para a Igreja local” ou “para o Papa”. No próprio dia da proclamação celebra-se a Missa desse dia ou uma das Missas acima indicadas, segundo a norma das rubricas. No início da celebração, antes do Glória, lê-se em vernáculo o breve apostólico ou decreto de concessão pelo qual a igreja é elevada à categoria de basílica.

Os fiéis que visitarem devotamente a basílica e nela participarem de qualquer rito sagrado ou pelo menos recitarem o Pai Nosso e a profissão de fé poderão obter a indulgência plenária nas condições habituais (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pela intenção do Sumo Pontífice):

– no aniversário da dedicação da mesma basílica;

– no dia da celebração litúrgica do título;

– na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo;

– no aniversário da outorga do título de basílica;

– uma vez por ano, em dia a ser determinado pelo Ordinário local;

– uma vez por ano, em dia livremente escolhido por cada um dos fiéis.

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