Eleito pelo PSL de Criciúma, o deputado federal Daniel Freitas é hoje das lideranças mais próximas do presidente Jair Bolsonaro. na entrevista que concedeu ao blog, ele fala do futuro politico do presidente e da possibilidade de ele retornar ao PSL. Freitas também avalia Jorginho Mello como o candidato “do Bolsonaro”ao governo de Santa catarina em 2022 e sinaliza que caso seja entendimento de líderes partidários quanta a necessidade no estado, ele mesmo pode migrar para o PL.
Deputado o sr se aproximou mais do presidente Bolsonaro após a relatoria da PEC emergencial . Como alguém próximo presidente, como o sr vê essa questão da definição do partido dele? A tendência é a volta ao PSL?
O meu alinhamento com o presidente é desde a minha campanha. Após a minha eleição as minhas votações sempre foram alinhadas a ele e naturalmente após a PEC emergencial talvez o estreitamento dessa relação aconteceu porque foi um grande desafio aceito por mim e que contou com todo meu empenho. Foi uma missão entregue e que certamente eu tive depois o prestigio do presidente inclusive em alguns momentos como nas lives dele, em que ele deixou muito claro o contentamento com o serviço prestado enquanto deputado federal da base do governo, entregando o resultado da PEC emergencial.
O partido ao qual eu pertenço e pelo que tanto eu quanto o presidente Bolsonaro nos elegemos, o PSL, passou por uma divisão ao longo desses dois anos. Nessa divisão, alguns deputados são considerados hoje incompatíveis com o presidente Bolsonaro. Outros ficaram com ele e alguns, nem lá nem cá, poderiam ainda ser aceitos pelo presidente Bolsonaro num possível retorno dele ao PSL. Se isso acontecer, de o presidente tomar a iniciativa de voltar ao partido, teria que ser com o afastamento de alguns integrantes do PSL nacional….
Por exemplo:
Joice Hasselmann e Junior Bozzella … alguns deputados que são de forma muito representativa antagônicos ao presidente e que deixaram de forma muito expressiva a traição marcada a ponto de quebrar a ponte e não voltar mais.
Mas o sr vê hoje como forte essa possibilidade de o presidente voltar a PSL?
Eu encontro e inclusive sinto de forma muito expressiva uma possibilidade de ele retornar se o PSL fizer esse gesto para o presidente. Ele não se opõe a voltar se ele tiver um partido purificado.
Eu não sei se isso é possível, acho que a direção nacional do PSL é que tem que avaliar essa questão: nós queremos o presidente ou nós queremos aqueles que traíram o presidente? Se eles quiserem o presidente esse gesto tem que ser feito. Se não quiserem o presidente outros partidos querem o presidente e aí eu vejo um caminho de decisão muito curto. Penso que o presidente Bolsonaro deve num prazo de um mês no máximo tomar essa decisão e escolher um novo rumo.
E o sr deputado? O sr está no PSL como fica o seu caminho político no partido?
Eu naturalmente tenho uma única possibilidade de saída que é março de 2022 então eu faço um trabalho no partido de forma muito profissional, não fui suspenso ao longo desse período, sofri as retaliações por estar ao lado do presidente Bolsonaro, porém não me arrependo em nenhum momento de ter tomado essa decisão. Vou aguardar a decisão dele, sobre qual partido deve se filiar para poder também definir meu rumo e meu futuro. Ele voltando para o PSL seria hoje o caminho mais fácil para mim, para ajustar o projeto. É um partido que já levantamos a bandeira nas últimas eleições, já conta com número expressivo de deputados, fazendo essa purificação ele volta a ter origem genuína daquilo que buscamos na origem.
Caso ele encontre um novo caminho, vamos conversar com o presidente para que ele nos oriente se esse caminho que ele vai escolher é o caminho que nós precisamos escolher em Santa Catarina. Temos outros partidos que se mostram alinhados ao presidente Bolsonaro, como o PL do senador Jorginho Mello, onde inclusive um dos deputados estaduais, o deputado Sargento Lima , que também se elegeu pelo PSL, já está filiado. Mas essa decisão só pode ser tomada a partir do momento que o presidente decidir qual é de fato o partido para 2022.
O sr vê o senador Jorginho Mello como o candidato do Bolsonaro ao governo de Santa Catarina em 2022?
Ele sem dúvida hoje é o nome que vem sendo sondado para ser esse candidato do presidente Bolsonaro pela relação de amizade que tem. Ele acaba de ser escolhido aliás, como uma dos senadores, representando a base de governo na CPI do covid no senado. Isso é mais um sinal de uma relação forte e de confiança entre os dois. Mas temos um caminho a perseguir até 2022 e que muito vai depender da volta ou não dele ao PSL e que o partido que o presidente estará.
Em Santa Catarina temos um governo interino. O senador Jorginho Mello é um dos que conversa muito com a governadora e fez algumas indicações. Da mesma forma o ex-deputado Gelson Merísio que não nega ter sido consultado e aconselhado Daniela Reinehr. Os dois são pré-candidatos ao Governo e estão diríamos de olho em 2022 do mesmo lado. Como se acomodam essas lideranças desse mesmo lado?
Eu acho que a governadora interina nesse momento busca se manter na posição de governadora escutando algumas pessoas que tem experiência na política, como essas duas lideranças citadas. Me reservo a aguardar os próximos passos do julgamento do impeachment porque acredito que as conversas que estão acontecendo nesse momento entre esses players da política nesse momento não necessariamente esteja sendo negociado o que vai acontecer em 2022.
Eu acho que o que acontece nesse momento é um entendimento da manutenção de um governo onde cada um pode ter seu espaço nesse momento não necessariamente negociando quem estará com quem em 2022.
Se assessor, Jorge Davi, assumiu a Secretaria de Articulação Nacional do Governo de Daniela nesta semana. Essa indicação é algum indicativo que ele possa talvez também entrar numa futura disputa política?
Estou muito feliz e orgulhoso com a indicação do Jorge Davi porque nós fomos juntos para Brasilia assim que me elegi justamente porque eu precisava conhecer todas as portas de Brasília e quem estava por trás de cada porta, eu pelos ministros e ele fazendo o trabalho com secretários e batendo nas mesmas portas que eu, conhecendo pessoas. Tenho a convicção de que ele hoje consegue entregar um grande trabalho de articulação nacional mesmo porque eu estarei ao lado dele e nós continuamos como uma dupla de trabalho por Santa Catarina.
A secretaria de articulação nacional nada mais é do que a casa dos Catarinenses. Ë como se fosse uma embaixada catarinense em Brasília para receber prefeitos, vereadores e fazer as agendas propositivas que o estado precisa lá. O Jorge não tem hoje essa pretensão de se lançar na política como candidato. Se tiver vamos conversar no nosso grupo de que forma ele vem para contribuir. Isso hoje no entanto não está nas nossas conversas e muito menos nas estratégias para 2022.
O sr arriscaria quantos candidatos ao Governo Santa Catarina terá em 2022? O sr nomearia esses candidatos?
Eu não posso nomear candidatos porque eu estaria precipitando alguns nomes mas acredito em pelo menos quatro que estarão no cenário, com certeza.