Indiscutível o prestígio do deputado federal Ricardo Guidi (PSD), que tomou posse na manhã desta segunda-feira (7) como Secretário estadual de Meio Ambiente e Economia Verde, pelo número de lideranças de distintos partidos que agregou durante a solenidade. Indiscutível também, que apesar de todas as negativas tanto por parte do deputado quanto por líderes do PSD, há certo ruído no partido em Criciúma e o motivo é principalmente o cenário eleitoral. As “presenças” e “ausências” confirmam o fato.
A posse de Ricardo Guidi reuniu vereadores de Criciúma como Nicola Martins, que é do PSDB mas já anunciou que está com um pé no PL. Também marcaram presença o Pastor Jair (PL) além de Júlio Kaminski, Manoel Rozeng e Miri Dagostin, todos do PP, partido que é da base do prefeito Clésio Salvaro (PSD), mas já demonstrou dissidência em votações na Câmara. Também compareceu Obadias Benones (Avante) e Paulo Ferrarezi, pré-candidato a prefeito pelo MDB.
Do PSD, marcaram presença o vice-prefeito Ricardo Fabris, que em recente entrevista declarou que pretende migrar de sigla, e o vereador Juarez de Jesus que chegou a ser citado nos bastidores como um dos vereadores que poderia trocar de partido mas garante que vai permanecer no PSD.
O partido tem em Criciúma o prefeito e o presidente da Câmara. Nenhum dos dois esteve na posse na manhã desta segunda-feira.
Dos três deputados estaduais do PSD, somente Mário Mota compareceu. Nem Júlio Garcia, o maior líder do partido no estado, nem Napoleão Bernardes estiveram por lá. O presidente estadual do partido, Eron Giordani também não esteve na posse.
Mesmo com a ausência de deputados estaduais do PSD, a posse teve a presença de Camilo Martins (Podemos) e do deputado Marquito (Psol), além dos federais Júlia Zanatta e Daniel Freitas (PL) e Ismael dos Santos (PSD), além de Darci de Matos que assume a vaga de Ricardo Guidi na Câmara dos Deputados. O deputado federal Carlos Chiodini presidente estadual do MDB também marcou presença.
Muitas outras lideranças marcaram presença e mais algumas deixaram de comparecer , mas os exemplos citados são para ilustrar a questão específica do afastamento de Ricardo Guidi de seu partido, o PSD.
A questão em pauta é a migração do prefeito Clésio Salvaro ao partido e o fato de ele ter um pré-candidato a prefeito. O fato parece não ter agradado ao próprio deputado Ricardo Guidi, nome colocado como pré-candidato a prefeito de Criciúma pelo PSD. A ausência dele no ato de filiação de Salvaro com a presença das principais lideranças do PSD local e estadual demonstra isso.
A ausência de líderes do PSD na posse de Guidi como secretário no entanto, pode ser interpretado como mais que apenas o “troco” por ele não ter comparecido a filiação de Salvaro. Guidi foi convidado pelo governador Jorginho Mello para fazer parte do secretariado e o PSD deixou claro em nota que não se trata de decisão partidária, mas pessoal dele. Com ausências, o PSD concretiza o que divulgou na nota.
A posse demonstrou a aproximação do deputado federal Ricardo Guidi com o PL de Jorginho Mello e o distanciamento do PSD, além de colocar na vitrine lideranças de Criciúma que poderiam estar em uma possível aliança para a disputa pela prefeitura em 2024, possivelmente contrapondo projeto que tenha um nome apoiado por Clésio Salvaro.