Os Servidores Públicos Municipais de Criciúma realizam Assembleia nesta quinta-feira e a probabilidade é que deflagrem greve geral. Os trabalhadores do pátio de máquinas de Criciúma definiram na manhã desta quinta-feira por greve por tempo indeterminado. A Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos e houve tentativa de retirada de um caminhão, que foi contestada pelos dirigentes do Sindicato.
A presidente do Sindicato, Jucélia Vargas argumentou que mesmo sendo habilitado para dirigir, o funcionário que retiraria o caminhão é cargo comissionado e não concursado como motorista. O diretor de Infraestrutura e Mobilidade Urbana da Secretaria Municipal de Obras, Verceli Coral suspendeu a retirada do caminhão e aguardava parecer da assessoria jurídica do município sobre o caso.
Além de Jucélia Vargas outros dirigentes sindicais estão no pátio e devem permanecer no local toda a quinta-feira. Em entrevista ao blog Jucélia explicou o motivo da greve que é a proposta de reajuste salarial dos servidores.
Apesar de a nova proposta, encaminhada pelo prefeito Clésio Salvaro à Câmara nesta quarta-feira (24), ter retirado o achatamento da carreira do magistério, ainda não é satisfatória.
O projeto, que deve ser votado em sessão extraordinária no sábado, prevê reajuste de 4,36%.
Veja o que disse a presidente do Sindicato:
Existe a tendência real de greve geral a partir da tarde desta quinta-feira?
Na verdade já estamos em estado de greve. Iniciamos a greve na segunda-feira e suspendemos temporariamente por conta de que os vereadores rejeitaram a proposta de reajuste e tinha um aceno que poderia mudar a proposta. Como ela mudou mas não mudou para toda a categoria, hoje pela manhã a greve se reinicia com o grupo do pátio e a noite chama os demais servidores e servidoras das outras secretarias, inclusive o magistério, para estar na mobilização. Porque esta negociação não é somente para o magistério. O magistério está incluso. A gente lutou, porque tem uma lei nacional do piso mínimo para professor, tem o financiamento próprio para a educação e teria condições de atender às reivindicações do magistério com um pouco mais de facilidade mas isso não excluindo os demais servidores, que também estão na negociação e que precisam ser valorizados e ter a recomposição de seus salários. Inclusive nas escolas, além dos professores e professoras nós temos as serventes escolares, nós temos os vigias em algumas escolas. E estes e estas estão ganhando abaixo do salário mínimo de janeiro a até agora. O salário é R$ 1262,00. É abaixo do salário mínimo. Ah mas ganha cupom alimentação, ah mas ganha insalubridade. Isso é carreira e são outras vantagens que não podem ser consideradas salário. Salário é salário base.
Mas então, o que seria o ideal para se chegar a um acordo?
O ideal é mudar a base de cálculo da insalubridade, é elevar o menor salário que é R$ 1262,00 e com 4,36% vai apenas para R$ 1320,00. É elevar para duas VRVs que isso já tem uma ação judicial ganha, transitada em julgado mas que tem recurso especial impetrado pela prefeitura e está para ser julgado a nível estadual e não julga. Então ir para duas VRVs. Hoje a VRV é R$ 702,00. Iria para R$ 1404,00. Então nós queremos que eleve o menor salário. Esse 10,25% da perda salarial do pessoal do pátio, a saúde, que com o 4,36% técnicos de enfermagem, enfermeiros das unidades básicas vão ficar abaixo do piso nacional. Se recompor com 10,25% eles ficam no piso nacional. Então, são essas questões que estão aí para melhorar essa proposta. O magistério avançou lógico, não cumpre ainda o piso mas avançou, porque o piso hoje é R$ 4420,00 para professor de segundo grau e o prefeito oferta R$ 4219,00 então fica R$ 200,00 abaixo, ainda temos o que judicializar, mas melhora um pouco. Agora, para os demais está ruim igual. E a cidade não caminha somente com professores e professoras. Ela caminha com todos os servidores e servidoras de todas as secretarias e autarquias.