Vereadores da base do prefeito Clésio Salvaro saíram em defesa dele na Tribuna da Câmara ontem. Itamar da Silva, do PSDB, chegou a usar um adesivo com os dizeres: “Respeite meu voto. Golpe não”. O discurso seguiu a linha da injustiça por ter a Lei retroagido e atingido o prefeito, que teve a candidatura indeferida.
A oposição não tocou no assunto jurídico. O vereador Douglas Mattos, do PCdoB, falou por vinte minutos na situação do Pavitotal, cujas 29 ruas concluídas foram visitas ontem a tarde por ele e por Ivan Westphal, o Camisa, do PT, integrantes da Comissão de Serviços Públicos.
Sírio Cirimbelli, que é do PP e faz parte da mesma Comissão, foi convidado mas não participou. O discurso de Douglas foi contundente, mesclando o relatório do Ministério Público que detectou desvio de mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos municipais, com o que foi constatado na vistoria às ruas do Pavitotal.
O vereador citou a licitação para definir empreiteiras para o serviço de pavimentação de ruas e a terceirização dos mesmos serviços com contratação sem carteira assinada dos trabalhadores. Citou o estado de ruas recém inauguradas e cobrou dos colegas que foram à tribuna defender o prefeito.
“A empresa que ganha a licitação não tem nada a ver com a obra que está se desmanchando. Quem rouba dinheiro público sabe onde merece estar? E quem defende eles não vai poder falar contra a corrupção”, atacou.
Foi o discurso mais forte que o Legislativo de Criciúma assistiu nos últimos tempos. Afora a influência do período eleitoral, não há como omitir que problemas existem e pelo menos por ora, explicações não são convincentes.