Sou pré-candidato a prefeito de Criciúma, diz Júlio Kaminski - Karina Manarin

Sou pré-candidato a prefeito de Criciúma, diz Júlio Kaminski

O vereador Júlio Kaminski, na entrevista que concedeu ao site, pela primeira vez disse com todas as letras que é pré-candidato a prefeito e que pode ser o adversário do prefeito Clésio Salvaro, do PSDB para as eleições do próximo ano. Kaminski sinaliza para o DEM ou Aliança.

O vereador diz também que não recebeu oficialmente a liberação para deixar o PSDB com segurança jurídica, além de afirmar que teve carta branca do prefeito Clésio Salvaro para trabalhar na campanha de Daniel Freitas, do PSL, em 2018.

O sr já declarou que seu projeto não é mais a candidatura a vereador. Continua o mesmo?

Mesmo projeto. Quando eu disputei a eleição para vereador eu deixei muito claro que eu não iria para a reeleição e sempre buscaria outra alternativa. Ano passado quando teve a eleição para deputado, fui convidado para disputar a eleição, mas não aceitei. E eu não aceitei porque quando eu participei de uma eleição no município, eu assinei um contrato com o eleitor, de quatro anos e eu não poderia de forma nenhuma quebrar esse compromisso. A minha parte do contrato estou cumprindo 100%. Não disputo reeleição, não assumo secretariado nenhum e isso mantive, estou ali para trabalhar pelas pessoas e estou ali pelo período de quatro anos.

E qual o próximo passo agora?

A princípio não me passava pela cabeça disputar a eleição na majoritária. Conheço muito de gestão, dou assessoria empresarial, trabalho com gestão há mais ou menos 28 anos, tenho formação em direito público e em gestão pública…

Mas o sr então quer disputar a prefeitura?

Então agora diante de muitos acontecimentos e algumas provocações que eu recebi das pessoas, eu não posso descartar a possibilidade de disputar na majoritária.

O sr pensa nesse projeto por qual partido?

Eu acho que primeiro precisamos deixar claro uma situação…

Mas o sr tem que ter um partido…

Mas primeiro precisamos deixar clara uma situação. Não me incluíram no diretório do PSDB. E vou dizer que gosto muito do Partido da Social Democracia, eu gosto do título Social Democracia, isso me agrada. Porém, em Criciúma, me excluíram do diretório, não participo de nenhuma reunião, se é que estão acontecendo porque eu não sei. O grupo de whatsapp que nós tínhamos e  do qual eu participava, eles cancelaram e abriram um outro, paralelo, do qual eu não participo.

Mas eles deram uma carta de alforria para o sr sair do partido…

Não é assim… eu li a ata e em nenhum momento ela me dá segurança jurídica. Eu dizer que te libero, que sou teu amigo e não fazer gestos concretos para isso, não vai reconhecer a minha amizade. Não me deram carta nenhuma. Me deram a cópia da ata de uma reunião, que foi solicitado porque ajudei o Daniel Freitas. Foi solicitado que me afastassem do partido, que levariam para o diretório e tal. Eu nunca recebi um documento formal me liberando para outro partido ou para ficar sem partido.

O sr mesmo falou da proximidade com o deputado Daniel Freitas, Raciocina-se que o sr possa ir para o Aliança, se ele realmente estiver apto a participar da eleição de 2020 ou o DEM já que o sr mantém diálogo com o presidente estadual, João Paulo Kleinubing. São esses dois os caminhos?

Muita possibilidade disso. A opção que eu fizer será definitiva. Não posso cometer o mesmo erro que cometi no começo, indo para o PSDB.

O sr vai ser o adversário do prefeito Clésio Salvaro?

É possível. Hoje me considero na condição de pré-candidato a prefeito. Agora como essa composição vai acontecer, temos que aguardar o momento certo para tomar a decisão.

Depois desse racha no PSL, fala-se muito em candidatos do Bolsonaro e do Governador Moisés. O sr pode ser o candidato do Bolsonaro na cidade?

Posso. Várias coisas podem acontecer. Quando tu fala da aproximação que eu tenho com o Daniel, realmente temos uma relação de amizade e surgiu através de compromissos. Eu assumi o compromisso de ajudar o Daniel e ele assumiu o compromisso de estar comigo nessa eleição de 2020. Quando me coloquei a disposição para ajudar o Daniel, essa discussão eu sentei com o prefeito de Criciúma. Eu combinei com ele…

E ele liberou?

Na boa, sem problema nenhum. Houve uma concordância inquestionável. Inclusive, o próprio Anselmo Freitas me convidou para fazer esse processo.

Porque o sr não apoiou a Geovânia de Sá, que era do seu partido?

Mas tem vários fatores que aconteceram. Eu tenho uma aproximação muito forte com o Anselmo Freitas também, ele me fez o convite. Ele além de meu cliente, é meu amigo de quase 40 anos. Então houve esse envolvimento e eu não poderia avançar sem conversar com o prefeito. Acho que é uma questão de respeito até porque eu estou no PSDB.

Na última  semana o Ministério Público entrou com uma Ação de Improbidade contra o prefeito Clésio Salvaro, em razão da CPI do CriciúmaPrev, da qual o sr foi presidente. Como o sr avalia isso?

Quando nós propusemos aquela comissão de Inquérito, foi baseada em uma denúncia que aconteceu. Tudo o que nós discutimos veio 100% dessa denúncia do Conselho de Administração. Nós apuramos as informações tal e qual nos foi solicitado. Ficou visível em alguns momentos, que deixou-se de cumprir ou se cumpriu de forma equivocada algumas recomendações legais. Nós tivemos inclusive surpreendentemente a presença do ex-secretário e do atual, da Fazenda, que passou uma informação que criou todo o barulho que acabou acontecendo. Ele disse que tinha dinheiro e que não pagou por estratégia. E na sequência para ver a imparcialidade do processo, o líder do Governo solicitou que fossem acrescentados alguns documentos que ajudariam a elucidar o dinheiro que estava depositado e reservado. Nós permitimos, abrimos prazo até porque não queríamos cometer injustiça com ninguém.

Mas qual a sua avaliação da ação?

Eu estou dando essa volta toda para que você entenda que quando eles apresentaram esse documento, esse documento acabou depondo contra o próprio prefeito. Nesse material todo acabou se comprovando a existência de irregularidades envolvendo a 8429 que é a lei de Improbidade, a Lei de Reponsabilidade, prejuízo ao erário, entre outras coisas. E uma das condições de acordo com o relator foi encaminhar o Material ao MP. E o MP, pelo que li da denúncia, usou grande parte da instrução, o nosso próprio relatório. Para ver que foi muito bem elaborado todo o trabalho da Comissão.

Qual a sua expectativa da CPI da Afasc?

Eu te confesso que ela na minha opinião, não vai demonstrar aquilo que se espera em uma Comissão de Inquérito. Porque daí tu usa como paradigma a nossa. A nossa foi muito bem elaborada e imparcial.

O sr acha que a da Afasc vai ser parcial?

Foi dito pelo próprio presidente atual da Comissão em uma entrevista que o processo foi elaborado pelo prefeito no próprio Paço. Como o prefeito vai elaborar uma Comissão de Inquérito onde ele como chefe do poder está sendo investigado? Não ele, a pessoa dele, mas como instituição que repassa o recurso para a Afasc e automaticamente a Afasc reinveste isso, entre várias coisas. Então não acredito no resultado que vamos ter. Nessa semana eu solicitei, porque o próprio presidente da Comissão deixou claro em uma subida na tribuna, que todas as informações que não nos foram prestadas ele estaria apresentando na comissão. Eu fiz uma delas. Eu tenho 12, 14 requerimentos da Afasc. Boa parte não foram respondidos a contento, inclusive reincidentes os pedidos aperfeiçoando dos questionamentos. Uma delas cobrei na segunda-feira. Quero a relação de todos os estagiários e funcionários da Afasc no período de 2017, 2018 e 2019. Por que? Porque também já existe uma investigação de pessoas que foram contratados pela Afasc para prestar serviços para o município. Existe isso, na Segunda DP existe. O que eu quero te dizer. Tínhamos operadores de máquinas trabalhando na Afasc. O que faz um operador de máquinas na Afasc?

Mas isso engloba também a CPI?

CPI é fato determinado, não pode fugir do tema e o tema proposto é a movimentação financeira.

Então ode ter outra CPI com esse outro tema?

Claro que pode. Vamos aguardar o andamento dessa e ver como vai se comportar. Se ela não der a resposta que efetivamente precisa ser dada, vamos ter que buscar uma forma de responder para a população o que de fato está acontecendo na Afasc.

 

 

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