O discurso do deputado Júlio Garcia (PSD), durante a votação do PIX do Governador Jorginho, que passou a se chamar TEV, foi mais comentado que qualquer mudança no projeto, valores ou obras que serão retomadas a partir dele. Isso porque, foi um recado direto ao governo.
A atual administração ainda não conseguiu articular a aprovação por si só nenhum dos principais projetos que enviou ao Legislativo desde o início do Governo. Mais que isso, protelou sem solução o caso das obras paralisadas por toda Santa Catarina.
Os projetos citados por Júlio Garcia no discurso, não fosse o protagonismo da Assembleia, capitaneado por deputados como o presidente, Mauro de Nadal (MDB), ou o próprio Júlio, não sairiam do papel.
A Reforma Administrativa, que geralmente é uma carta branca por unanimidade para que o novo governo imprima sua maneira de governar, encontrou certa resistência. Seguidos da Reforma, o universidade Gratuita, promessa de campanha do governador, que não seria aprovado sem os ajustes que foram feitos após diálogos provocados pelo Legislativo.
Por último, o governador enfrentou insatisfação dos prefeitos, organizando inclusive reuniões em várias regiões do estado para tentar explicar as obras paralisadas, mas não obteve sucesso.
A situação chegou a ficar quase insustentável até que novamente os deputados chamaram representantes do próprio governo, do TCE, e Tribunal de Justiça em busca de entendimento.
O resultado foi aprovado por unanimidade com o nome de TEV.
Quem acompanha o dia-a-dia na política sabe que o deputado Júlio Garcia pouco se manifesta e por isso, sua ida ao microfone do plenário surpreendeu, chamou atenção de todos os presentes e calou todas as vezes que se manifestavam naquele momento quer dos próprios deputados ou de quem acompanhava a sessão.
O deputado passou o recado em pouco tempo mas foi claro o suficiente para provocar som que ecoou na Casa da Agronômica.
A conferir se a capacidade do governo entender o recado é maior que a que apresentou até o momento para aprovação de suas propostas.