O senador Esperidião Amin resumiu com excelência o que foi a CPMI que investigou os atos de vandalismo que aconteceram no dia 8 de janeiro em Brasília. O trabalho da Comissão se resumiu a um relatório que pede o indiciamento um ex-presidente da República por suposta tentativa de golpe de estado e omite-se em relação a quem estava no poder no dia dos ataques.
Os integrantes a situação vergonhosamente desvirtuaram o foco da investigação dentro da CPMI e “esqueceram” de ouvir inclusive o Ministro da Justiça, Flávio Dino.As imagens dos ataques, cruciais para elucidação, foram descaradamente omitidas pelo próprio ministro da Justiça que alegou terem sido deletadas.
A explicação sobre o sumiço de gravações em meio a todo o alarde feito pelo próprio governo sobre vontade de esclarecer , o governo ficou devendo.“A CPMI chega ao final sem ouvir o lado da omissão”, sublinha com razão o senador catarinense.
O senador Amin cita ainda duas entrevistas do presidente Lula dos dias12 e 18 de janeiro – que constam do relatório, em que ele disse claramente: “abriram a porta pelo lado de dentro”.
“ É o retrato falado por um homem que fala uma linguagem popular e todos compreendem. Não houve invasão, houve omissão, cumplicidade!”, conclui o senador que é quase voz isolada na CPMI.
Desde o início dos trabalhos da CPMI, Amin afirma que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sabia antecipadamente dos ataques.
A afirmação foi endossada por exemplo pelo ex-diretor adjunto da Abin, Saulo Moura da Cunha que admitiu relatórios da Agência indicando “certa organização de grupos extremistas”.
O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, Eduardo Naime afirmou durante eu depoimento à CPMI que a Abin teria alertado os órgãos de inteligência sobra ataques as sedes dos três poderes. Ele garantiu no entanto que o Núcleo de Inteligência do Departamento que chefiava não teve acesso aos alertas.
Neste cenário desolador, que envolve o Ministério responsável responsável pela aplicação das Leis e pela preservação da ordem pública assistimos a mais uma CPMI terminar em pizza.
Infelizmente a cadeira da qual os brasileiros assistem a esse triste filme, com certeza não é no camarote já que pagam caro para sentar em um lugar cada vez mais desconfortável.